marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
248 CARLOS, A FACE OCULTA DE MARIGHELLA

Edson – Ele conseguiu se safar dessa?
Carlos – Conseguiu, mas eu não podia morar com meu pai numa
situação dessa. Ele não podia se dar ao luxo de ter um filho, que era
menino ainda, tivesse que ser protegido e correndo o risco de ir morar
com ele. Mas eu fui para o Rio em 1956 e minha primeira escola no
Rio foi a Escola Batista, que ficava ali na Frei Caneca, eu fiz o segundo
ano de ginásio, me parece, nessa escola. Depois disso eu estudei no
MAB, que era uma escola na Rua do Riachuelo, estudei numa grande
escola, uma escola da Fundação Getúlio Vargas, uma escola muito
boa, de primeira linha. Eu freqüentei, nos primeiros anos, o Colégio
Batista da Frei Caneca. Nos anos seguintes eu estudei no MAB, em
seguida estudei numa fundação internato da Fundação Getúlio Var-
gas, que era um colégio assim de, colégio experimental até, assim de
força, digamos assim, experimental. Então, basicamente, eu fiz todo
o meu ginásio lá nessas escolas e quando eu fiz o ginásio lá, mas o
colegial eu fiz aqui na Bahia, que foi exatamente quando eu terminei,
em 1964, meu ginásio, eu retornei, exatamente quando eu ia fazer
os exames do Colégio Pedro II, quando estourou o golpe de 1964.


Edson – O motivo central de você ter ido para o Rio foi conhecer
seu pai?
Carlos – É, conhecer meu pai, eu não conhecia até então.


Edson – Foi um acordo com sua mãe?
Carlos – Provavelmente, eu muito menino, ninguém ia parar
para me explicar isso. Eu tinha sete, oito anos de idade, foi isso que
aconteceu. Aconteceu, inclusive na época, meu pai alugou uma casa
lá para minha avó, porque eu não podia, nem eu podia ficar do lado
dele, nem podia também ficar distante de meu ambiente familiar
assim, né!?. Então meu pai alugou um apartamento pra gente lá na
Mem de Sá, perto da Lapa, por ali, um edifício ali, ele alugou um
apartamento para minha avó, um apartamento pequeno, dois quar-

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