marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
EDSON TEIXEIRA DA SILVA JUNIOR 257

Edson – Quando você retorna para a Bahia, vai ficar com sua mãe?
Carlos – Eu nunca me afastei de minha mãe. Quando eu fui para
o Rio, foi com minha avó, e minha mãe eventualmente ia, todas as
férias eu voltava para a Bahia, nunca passei as férias longe de minha
mãe. E então, naturalmente fui morar com minha mãe, onde era
minha casa.


Edson – Você também teve contato com a família paterna?
Carlos – Sempre tive, desde pequeno, eu fui cuidado pelos meus
tios, tio Betinho, tio Caetano, conheci minha avó rapidamente, meus
bisavós, estava velhinha.


Edson – Quando você retornou, sua avó Maria Rita já havia
falecido.
Carlos – Ela morreu quando eu fui para o Rio.


Edson – Quais as recordações que você tem do seu avô?
Carlos – Dele, pessoalmente, nenhuma. Quando o vi era muito
pequenininho; em seguida, viajei para o Rio e não tive muito contato.
Quando voltei em 1964, meus avós já eram mortos e posso dizer que
praticamente eu não os conhecia. Conheci pela memória, como eles
eram descritos pelos meus tios. Meu avô era uma grande personalida-
de. Ele era uma pessoa que praticamente fundou a Colônia Italiana.
Colônia Italiana na Bahia é muito importante para a cultura local. Na
colônia que se instalou aqui na Bahia eles eram construtores, mestres
de obra, tanto que se você for pegar os prédios novos, neoclássicos
daqui de Salvador, todos foram construídos pelos italianos, tipos de
frisado. Tem muitos prédios no centro da cidade, daquelas famílias
mais tradicionais, as casas e prédios dessa primeira metade do século,
de 1900 a 1950, eram construídos pelos italianos, eles é que sabiam
fazer aquelas colunas, aqueles frisos. A outra parte da colônia se de-
dicava à indústria e manutenção. Meu avô foi quem introduziu aqui

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