marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
258 CARLOS, A FACE OCULTA DE MARIGHELLA

na Bahia o martelo de borracha, que não era conhecido como um
aparelho para fazer serviços de chaparia. Meu avô durante a segunda
guerra ensinou converter o motor a gasolina em gasogênio, que é
uma substância que é produzida a partir de frutas, cereais e vegetais,
você coloca para ferventar e tem uma água que é um combustível de
primeira qualidade. Meu avô ensinava fazer o gasogênio, ensinava a
converter o motor de gasolina em motor de gasogênio. Principalmente
nas fazendas, em áreas de agricultura, continuaram usando, eu já vi
dezenas de fazendas, sobretudo na região da Chapada da Diamantina,
que tinha um motor construído por meu avô, que não era gasolina,
era gasogênio. E meu avô era a pessoa que consertava navios aqui na
Bahia, qualquer navio quebrado lá vinham aquelas grandes máquinas.
Ele era tido como um grande engenheiro daqui.


Edson – Mecânico.
Carlos – Não, mecânico não transforma motor a gasolina em
gasogênio. Mas ele não era engenheiro formado, ele tinha conheci-
mento da tecnologia trazida da Itália, onde a tecnologia era bastante
conhecida e ele trouxe para cá. Ele era uma personalidade aqui em
Salvador. Não era uma pessoa qualquer.


Edson – Com quem você teve mais contato aqui da família de
seu pai?
Carlos – Com o Caetano, que era o irmão caçula e afilhado, que
tinha por meu pai uma grande admiração, e Humberto Marighella,
que no currículo familiar era o mecânico da família. Tinha um ou-
tro mecânico que dizem que era o mais talentoso de todos, mas esse
morreu muito jovem.


Edson – Desse contato que você teve com seus tios, eles se referiam
à memória para falar de seu avô. Eles também se referiam a seu pai?
Carlos – Ah! Claro. Meu pai era o grande herói da família.

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