marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
EDSON TEIXEIRA DA SILVA JUNIOR 363

Edson – Retornando a sua trajetória na ALN, logo após essa ação
de dezembro, em janeiro você cai na clandestinidade. A partir daí
você vai para o Sul de Minas. Não é isso?
Manuel – É.


Edson – E como fica o contato? Quando você volta? Trilhe por
esse caminho agora, a sua trajetória dentro da ALN.
Manuel – Eu fiquei meio solto. Era um pessoal ligado ao grupo
de apoio nosso, politicamente bacana, não faziam grandes perguntas
sobre quem eu era, por que estava escondido ali. Essa história de
resistência geral à ditadura, era muito ampla. Eu fiquei lá com a vida
normal. O cara tinha lá as atividades dele.


Edson – Qual o lugar que você ficou?
Manuel – Fiquei em Juiz de Fora. Ele tinha lá as atividades dele.
Eu ia com ele pra baixo e pra cima, o que dava uma grande disponi-
bilidade de tempo. Durante as atividades dele, eu ficava por lá com
ele, mas totalmente isolado da organização. Uma pessoa que tinha esse
contato comigo, ela dizia que ia me buscar lá no momento adequado,
quando as coisas estivessem normalizadas. Eu confundo um pouco o
período que eu fiquei lá, calculo um mês, um mês e meio, foi por aí.
Foi quando houve a recomposição do GTA, e aí eu voltei. Chegou
um novo comandante do GTA, Virgílio Gomes da Silva. Ele estava
vindo do interior, se não houvesse o problema com o Leonardo, com
o Pedrinho, ele nem viria para a cidade, ficaria no trabalho de campo
da ALN, tinha toda uma estratégia lá.
Quando eu volto de Juiz de Fora encontro o GTA se reestrutu-
rando, com um novo comandante, incorpora uma série de novos
companheiros, outros são afastados, mandados para fora, todo um
remanejamento, tudo estava começando. O novo comandante, o
Jonas, Virgílio, ele tinha uma experiência anterior, antes da ida dele,
estava retomando. A gente tinha dificuldade de armamento naquele

Free download pdf