marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1
EDSON TEIXEIRA DA SILVA JUNIOR 95

empresas imperialistas, a reforma agrária e a formação de um exército
popular de libertação nacional. O governo de Vargas implanta uma
linha econômica voltada para o desenvolvimento das indústrias de
base financiadas pelo Estado, através da criação do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico (BNDE). O polo catalisador do
investimento na indústria de base se concentrou na campanha do
petróleo. Setores organizados, como a UNE, encampam a palavra
de ordem: “O petróleo é nosso!”. Em 3 de outubro de 1953, foi
finalmente sancionada a Lei nº 2004, criando a Petrobras. No plano
político, a marca registrada do segundo governo Vargas foi a adoção de
um conjunto de medidas de cunho populista, dentre elas destaca-se o
aumento do salário mínimo em 100%, em maio de 1954. À medida
que avança, o governo será cercado por uma forte oposição, tendo
como símbolo Carlos Lacerda. Lacerda será vítima de um atentado
ocorrido na Rua Toneleros, em 5 de agosto de 1954. O mentor do
atentado foi Gregório Fortunato, segurança pessoal de Getúlio Vargas.
Nesse episódio, em vez do jornalista da Tribuna da Imprensa, morre
o major Rubens Vaz, da Aeronáutica. A partir daí, o governo Vargas
vai sofrer pressão cada vez mais intensa, inclusive do setor militar. O
desfecho da crise política levaria Vargas a dois caminhos: renunciar
ou ser deposto. Diante de tal escolha, o presidente escolheu “sair da
vida para entrar na história”. Em 24 de agosto de 1954, no palácio do
Catete, Getúlio Vargas suicida-se com um tiro no peito. O suicídio
de Vargas comove os trabalhadores, “a reação popular fez-se sentir
nas principais capitais do país”.^137
Mais uma vez, o Partido Comunista se dissociava da realidade
política nacional e não percebera o quanto a liderança de Vargas era
presente: “a direção nacional do PC custou a sair da perplexidade
ao constatar que se encontrava ao lado dos setores vinculados ao


(^137) PENNA, Lincoln de Abreu. Op. cit., p. 242.

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