estará em terras espanholas.
EM SOLO GALEGO
Atravessar de Portugal para a Es-
panha é tão fácil que, não fossem a
bela ponte sobre o Rio Minho e as
placas sinalizando a mudança de
país, você nem notaria. Mas essa,
definitivamente, é uma passagem
importante: a fronteira entre as duas
nações é uma das mais antigas da
Europa a manter-se praticamente
intocada por tantos séculos (quase
mil anos!).
Hoje, graças às facilidades da
União Europeia, bloco ao qual lusos
e espanhóis pertencem, cruzar de
um lado para o outro não envolve
burocracias, como conferência de
passaporte. Assim, quem está de
carro simplesmente segue pela tal
ponte, num caminho que, poucos
quilômetros depois, já descortina a
cidade de Tui, na província espa-
nhola da Galícia, onde estão forta-
lezas antiquíssimas, lembrando que
a divisão territorial entre a Terrinha
e a pátria de Cervantes, em tempos
remotos, nem sempre foi pacífica.
Se o caminho e as paisagens dão
a impressão de que se continua em
Portugal, o mesmo se dá com a lín-
gua, que muda pouco: do lado de
cá da divisa, fala-se galego, que, aos
ouvidos brasileiros, soa co mo o por-
tunhol. É claro que naquelas bandas
a língua oficial é o espanhol, mas,
entre si, galegos falam galego. Você
pode ficar confuso no iníci o, mas
vai se acostumar rapidinho.
A verdejante Galícia é a porção
mais ocidental da Espanha e se di-
vide claramente entre duas mara-
vilhas: um litoral recortado, que se
estende por 1.200 km, e um interior
salpicado de morros, v ales, vilarejos
de pedra e, claro, pela capital espi-
ritual da Espanha, a cidade de San-
tiago de Compostela, um dos des-
tinos de peregrinação mais popu-
lares do mundo.
No litoral, ficam as Rías Baixas
e as Rías Altas. Rías são canais que
adentram o continente, semelhantes
a fiordes. As Rías Baixas ficam na
costa oeste, logo depois da fronteira
A robusta Catedral de
Santiago de Compostela,
ponto final da rota de
peregrinação mais antiga
e popular da Europa
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