Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1

Bitcoin cresce em 2020 e aparece entre ativos de valor


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Bitcoins

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Autor: JOÃO SORIMA NETO


Em momentos de incerteza, os investidores costumam
correr para os chamados ativos seguros, que preservam
o valor do dinheiro, como ouro e dólar. No ano passado,
quando a pandemia derrubou as perspectivas de
crescimento global, o ouro se valorizou 55,9%,
enquanto o dólar subiu quase 30% frente ao real. Já o
bitcoin, a criptomoeda mais popular do mundo, saltou
300% em 2020 - e, segundo analistas, também
conquistou um posto nos ativos de reserva de valor.


A avaliação é que, pela primeira vez, a criptomoeda
passou a ser procurada por empresas, grandes
gestoras e fundos de investimento, que alocaram no
bitcoin parte de seu capital para evitar perdas com o
impacto da pandemia de Covid-19. Mas especialistas
alertam que o bitcoin já teve tombos homéricos no
passado e não descartam novas desvalorizações, que
podem superar 50%. Além disso, um período de apenas
um ano não seria parâmetro para dizer que o bitcoin
preserva o valor do patrimônio.


O bitcoin começou a virar a página em 2020, deixando


de ser algo exótico para se consolidar como mais um
ativo no mercado. A entrada de investidores
institucionais, incluindo gestores renomados, tesourarias
de empresas, fundos tradicionais, grandes bancos,
reforçou a tese do bitcoin como reserva de valor diz
João Marco Braga da Cunha, chefe da gestão da
Hashdex, gestora brasileira focada em criptomoedas,
que encerrou 2020 com R$ 500 milhões desses ativos.

Para Cunha, o maior sinal dessa mudança de patamar
foi o fato de o PayPal, empresa americana de
pagamentos on-line, ter passado a oferecer serviços de
custódia e negociação de criptoativos a seus milhões de
clientes. Isso, diz, vai ampliar o acesso à criptomoeda
no varejo.

TOMBOS DEVEM SE REPETIR

A tese de que o bitcoin pode ser comparado ao ouro e
ao dólar como reserva de valor se apoia também no
comportamento da criptomoeda durante a pandemia.
No início de 2020, valia pouco mais de US$ 7 mil. Em
março, quando foi decretada a pandemia global, recuou
a US$ 4,9 mil. Mas foi ganhando valor e, em outubro, já
valia US$ 13 mil. Na sexta feira, chegou a ser
negociado a US$ 41 mil, perdendo força depois, para
retomar ao patamar da véspera, US$ 40.300.

A alta do bitcoin também tem sido alimentada pela
percepção de que ele protege contra o risco da inflação,
diz George Wachsmann, gestor de patrimônio da Vítreo.
Para ele, juros baixos, crise de confiança e excesso de
liquidez produziram um cenário perfeito para o teste das
moedas digitais.

Em março, com o início da pandemia, as pessoas
estavam fugindo até do ouro. Ao longo do ano, o metal
e o bitcoin foram se recuperando e acabaram
valorizados - afirma.

O desenvolvimento de novas plataformas de
negociação e o maior uso da tecnologia, diz
Wachsmann, acabaram ajudando a elevar a demanda
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