Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1

FÁBIO GALLO - Você está de olho na casa própria?


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - IPCA

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O mercado imobiliário brasileiro, como todos os outros
setores da economia, sentiu o baque econômico
provocado pela pandemia. No início do ano passado o
setor estava muito otimista, após cinco anos de
dificuldades em virtude da recessão econômica, mas
veio o período de isolamento social e as vendas caíram.


Por outro lado, pelo fato de as pessoas terem de
trabalhar e ficar mais tempo em casa, passaram a ver
que precisavam de novos espaços domésticos. Essa
situação gerou uma demanda reprimida, aliada às mais
baixas taxas de juros de nossa história. Com isso, a
partir de maio a recuperação começou. As empresas do
setor se adaptaram à situação e as vendas passaram a
ocorrer à distância, com auxilio de tour visual 3D e
outras abordagens ao consumidor.


O resultado foi que as vendas de imóveis em São Paulo
cresceram 13% no acumulado de 12 meses fechados
em outubro passado. O mercado está novamente
otimista para este ano, em virtude da demanda
reprimida, aumento da oferta de crédito e juros médios
na casa do 6,9% ao ano. Mas, o cenário à frente não
está livre de nuvens, porque deverá ocorrer aumento do


desemprego e queda da renda das famílias.

Aqueles que pretendem comprar imóveis financiados
devem considerar que se trata de um compromisso de
longo prazo, de 20 a 35 anos. Assim, algumas dicas
podem ajudar nessa decisão. Um primeiro passo é
refazer o seu planejamento financeiro, estabelecendo
esse objetivo e prevendo o pagamento do
financiamento. Outra dica é buscar dar a maior entrada
possível, mas desde que não fique totalmente
descapitalizado - deve ser preservado um valor possível
dentro do orçamento e que seja dedicado a uma reserva
de emergência.

Outra preocupação é optar por uma linha de crédito que
tenha como indexador uma referência de acordo com o
seu planejamento e o seu grau de aceitação de risco.
As opções de mercado hoje são financiamentos
atrelados à TR (taxa referencial de juros), ao IPCA e
linhas prefixadas. Como exemplo, as taxas oferecidas
hoje pela Caixa são, no prefixado, entre 8% a 9,75% ao
ano. São taxas mais elevadas porque o risco de inflação
fica com o banco. Na linha atrelada à Tr, as taxas estão
entre 6,5% a 8,5% ao ano, mas neste momento a TR
está zerada. Na linha atrelada à inflação, as taxas estão
entre 2,95% a 4,95%. Neste caso, o risco da inflação
está todo com o cliente, qualquer evolução de preços na
nossa economia é repassada para a prestação.

Uma dica importante nesse processo de decisão é o
interessado fazer uma pesquisa no mercado, usando as
simulações que os agentes financeiros oferecem e,
quando tiver ofertas concretas, optar pelo financiamento
com o menor Custo Efetivo Total (CET), que considera
a taxa de juros, acrescido de seguros e outras tarifas.
Não deixe de tirar todas as dúvidas e compare todas as
ofertas com cuidado.

PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV-SP

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
IPCA, Cenário Político-Econômico - Colunistas
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