Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Direto da Fonte
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: SONIA RACY ,Paula Bonelli ,Sofia Patsch


Encontros Ingrid Silva


'Tenho orgulho de ser negra, latina e brasileira


Primeira bailarina da Dance Theatre of Harlem fala
sobre sua história em Harvard


Dar uma palestra na Universidade de Harvard sobre sua
trajetória nunca foi algo que passou pela cabeça de
Ingrid Silva. Primeira-bailarina da renomada companhia
Dance Theatre of Harlem, em NYC, sabe que o esforço
para sair de Benfica, zona norte do Rio, e chegar a ser
uma referência no universo da dança foi enorme. Filha
de uma empregada doméstica, ela teve a oportunidade
Para Ingrid, fundar esses projetos - um dedicado ao
diálogo entre mulheres e outro a dar mais visibilidade a
bailarinos negros - foi essencial para sua atuação como
ativista e influenciadora. "Sou uma das pessoas que
inspira no balé clássico. Mas eu não sou a única de
fazer parte do projeto "Dançando para Não Dançar", na
comunidade da Mangueira e hoje lidera duas
plataformas: EmpowHerNY e BlacksInBallet, que serão


tema de sua fala na 14a Conferência de
Empoderamento e Desenvolvimento de Mulheres
Latino-Americanas, dia 17, na universidade americana.

e quero abrir a porta para mais bailarinas que também
têm história", afirma. "Estou feliz de estar representando
a mulher negra latina e brasileira.

Isso também é importante.

Nós brasileiros não somos vistos como latinos aqui.
Para eles, latino é só quem fala espanhol. Eu tenho
orgulho de ser mulher negra, latina, brasileira, tudo junto
e misturado", diz.

A pauta racial no Brasil e nos EUA é algo que está
totalmente no horizonte da bailarina que, agora, cultiva
certo otimismo com a nova gestão da presidência
americana. "Estou esperançosa com esse novo
presidente nos Estado Unidos, e vamos ter uma mulher
negra como vice-presidente. Não vejo a hora dele tomar
posse e acompanhar as melhorias que ele vai fazer, não
só para os americanos mas para nós, imigrantes,
também".

Há menos de seis semanas, a bailarina começou uma
nova jornada: a de mãe da Laura. Depois de passar a
gestação inteira e agora o puerpério em plena
pandemia, ela falou sobre os desafios de se acostumar
com esse novo ritmo após sua licença-maternidade:
"Sou uma pessoa acostumada a ter controle total do
meu corpo e aprendi agora que não tenho controle
nenhum. Estou aprendendo. Falei sobre isso
recentemente nas minhas redes sociais. Nosso corpo se
expande durante nove meses e a sociedade cobra que
ele volte ao mesmo lugar muito rápido. Mas não é
assim", conclui. Abaixo, os principais trechos da
entrevista concedida a Marilia Neustein, especial para o
Estado.

Como surgiu o convite da Universidade de Harvard?

Foi no fim do ano passado. Eu fiquei lisonjeada, porque
Free download pdf