Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1
Lira, que já criticou Bolsonaro ,costurou aliança e tem hoje fidelidade
elogiada

Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

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Autor: Gustavo Uribe e Julia Chaib


O candidato de Jair Bolsonaro (sempartido) à sucessão
de Rodrigo Maia (DEM-RJ) é descrito por aliados e
adversários como um político com senso de
oportunidade.


Para sua candidatura ao comando da Câmara, o
deputado Arthur Lira (PP-AL) fez uma jogada arriscada,
mas que acabou-lhe rendendo um dos postos de
favorito para a disputa legislativa.


Após o governo Bolsonaro enfrentar derrotas em série
no Legislativo, partiu do líder do centrão a iniciativa de,
em março, começar a costurar um pacto com o chefe do
Executivo para preencher o vazio deixado pela falta de
uma base aliada.


Segundo aliados do alagoano, já naquela época o
congressista tinha consciência de que dificilmente
conseguiria se viabilizar como candidato de Maia e que,
por isso, precisava contar com a força da máquina


pública para conquistar o cargo.

O apoio valioso, no entanto, teve um custo alto. A
aliança com o presidente empurrou os partidos de
oposição, que correspondem a quase um quarto do
total, para a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP), o
que fortaleceu o rival.

Lira, porém, não se convenceu do ônus político.
Conhecido pela teimosia e persuasão, tem amado para
reverter votos, estimulando traições até mesmo em
partidos de esquerda, como PT, PDT e PC do B.

Em outros, como o PSB, no qual já tem o apoio de parte
da bancada, trabalha para manter os votos
conquistados. Para isso, conta com arsenal de cargos e
emendas do Executivo.

A aproximação de Lira com Bolsonaro teve início na
tramitação da reforma da Previdência, em 2019. O
deputado foi contatado pelo Planalto para ajudar a
costurar acordos, tanto com o centro como com a
esquerda, para aprovar a iniciativa.

No ano passado, ele voltou a ser requisitado, desta vez
pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo
Ramos, quando o presidente se deu conta de que
precisava de uma base aliada. O chamado foi visto pelo
congressista como uma oportunidade.

Inicialmente, o casamento com o centrão enfrentou
resistências no Planalto, já que contradizia discurso de
campanha de Bolsonaro. O receio de abertura de um
processo de impeachment e a necessidade de viabilizar
vitrines eleitorais, no entanto, venceram as barreiras do
presidente.

A relação de Bolsonaro com Lira é ambígua. Apesar de
o presidente já ter se queixado do apetite por cargos do
aliado, ele o elogia por ser um deputado fiel, que
cumpre com a palavra.
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