Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1

Brechós online se libertam de estigmas com boa curadoria


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - MPME
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Andréa Vialli


são paulo Assim como boa parte dos negócios virtuais,
a pandemia ajudou a impulsionar os brechós online. A
crise econômica também deu mais força ao mercado de
vestuário de segunda mão.


O setor já vinha em expansão desde o começo da
década. Segundo o Sebrae, o comércio de roupas,
calçados e acessórios usados cresceu 210% entre 2010
e 2015.


Nos últimos anos, brechós que começaram pequenos
na internet se tornaram grandes empresas. A Enjoei,
que nasceu em 2009, fez sua primeira oferta de ações
na Bolsa de Valores em novembro, levantando R$1,1
bilhão. No mesmo mês, o Grupo Arezzo comprou 75%
da Troe, criada em 2017.


O sucesso dos grandes brechós online, o desejo de
empreender no ramo e a paralisação das atividades
durante a pandemia levaram a cantora Isa Salles, 28, a
criar em agosto o Salles Brechó, que vende roupas e
acessórios femininos de marcas variadas, com preços


que vão de R$ 20 a R$ 180.

Vocalista da banda independente Scatolove, Isa está
com a agenda de shows parada desde março. Com a
ajuda da mãe, Vera Salles, 58, personalstylist, ela
garimpou as primeiras peças e criou um perfil no
Instagram para ofertá-las.

Em seguida, desenvolveu o site do brechó, com a ajuda
de tutoriais na internet, fez um projeto gráfico para as
embalagens e buscou mais fornecedores. Toda
semana, entram 40 novas peças.

O investimento inicial foi de R$ 3.000, valor que inclui a
compra das primeiras peças e de embalagens, o serviço
de hospedagem do site e o impulsionamento de posts.

"O maior investimento foi de tempo e dedicação. Hoje, o
valor das vendas é reinvestido no próprio negócio", diz
Isa.

O ambiente digital é favorável para os brechós, na
opinião de Valeska Nakad, coordenadora do curso de
design de moda da Belas Artes. Em primeiro lugar,
porque permite apresentar as peças de forma
adequada, com fotos e descrições. Em segundo, porque
ajuda a tirar o estigma de que os itens são velhos ou
carregam a energia de outra pessoa.

"No passado, os brechós eram sinônimo de lojas
entulhadas com peças antigas, muitas vezes com cheiro
de naftalina. A nova geração de brechós online veio
desmistificar isso, e as pessoas estão perdendo o
preconceito", diz.

Embora os brasileiros não estejam habituados a vender
suas roupas, o hábito de comprá-las de segunda mão
começa a ser incorporado.

É o que mostra pesquisa publicada em dezembro pelo
Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação
Getúlio Vargas. Dos 1.683 entrevistados, 40,5% já
adquiriram itens usados de vestuário ao menos uma
Free download pdf