Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - MPME
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Bolsa de Valores
vez, e32,6%fazem isso com frequência.
Como em qualquer negócio, quem quer empreender no
ramo deve mapear seu público alvo. Um bom caminho é
começar atendendo a um nicho de consumo específico.
Especializada em marcas de luxo, a Inffino começou há
dez anos como um brechó no Instagram. Em 2017,
empresa se estruturou de forma mais profissional.
Montou um ecommerce e investiu em tecnologia para
garantir a autenticidade dos itens à venda, fundamental
nesse mercado.
As peças passam pela autenticação de software de
inteligência artificial que tira fotografias microscópicas.
Elas são analisadas por 40 milhões de algoritmos, que
as comparam a um banco de dados de mercadorias
autênticas.
O brechó também utiliza o olho humano na seleção dos
produtos, que vêm de mil fornecedores diferentes. A
venda é feita em consignação.
Há peças de marcas famosas, como Prada, Chanel e
Gucci, com tíquete médio de R$ 2.000. Algumas
chegam a custar até R$ 39 mil, caso de uma bolsa
modelo Birkin, da grife francesa Hermès.
"Nos últimos anos, notamos um aumento do interesse
da geração millennial, muito antenada às compras
online, às redes sociais e mais propensa a consumir
itens de segunda mão e a desapegar", diz Cassio
Silbermann, sócio-fundador.
O brechó tem investido em parcerias com
influendadoras de moda conhecidas no mercado de
luxo, com bons resultados - uma peça ficou só 30
segundos no site, após aparecer no perfil de uma delas.
Delimitar o público-alvo também foi a receita do Cave
Garimpo, de Belo Horizonte, que trabalha com peças
originais das décadas de 1980 e 1990, selecionadas por
fornecedores em Nova York, Toronto, Roma e Kiev, na
Ucrânia. Os parceiros fazem buscas em bazares dessas
cidades.
Fundado em 2016, o brechó chegou a ter uma loja
física, mas, com a pandemia, as vendas se tornaram
100% online, por meio do Instagram.
"As vendas dispararam, nunca vendemos tanto como
em 2020", diz Ana Eisbár, 32, que trabalhava como
figurinista e lançou o brechó com o marido, João Dias,
- Segundo ela, para um brechó online ser bem-
sucedido, é fundamental ter uma relação próxima com o
cliente, estar sempre disponível nas redes sociais para
tirar dúvidas e construir canais para devolução em caso
de desistência.
O carro-chefe do Cave Garimpo são as jaquetas, mas
camisas de seda estampadas e camisetas de bandas
também têm boa saída. Com o aumento das vendas, os
empreendedores decidiram lançar um ecommerce, que
deve entrar no ar neste mês.
Outro elemento que tem ajudado a impulsionar as
compras em brechós online é a preocupação com
sustentabilidade e consumo consciente.
O Repassa, um dos maiores brechós online do país,
percebeu o aumento do interesse pelo mercado de
segunda mão no último ano, sobretudo entre a geração
Z (dos nascidos entre 1998 e 2010).
Em 2020, a empresa, que se define como uma startup
de moda consciente, cresceu a uma taxa de 10% ao
mês e alcançou 500 mil usuários, entre compradores e
vendedores. Em setembro, fez uma captação R$ 7,5
milhões liderada pelo fundo de capital de risco Redpoint
Ventures.
Em São Paulo, a companhia tem um galpão onde os
produtos recolhidos na casa dos fornecedores são
fotografados, precificados e incluídos no site. Se
vendidos, o fornecedor recebe até 6 0% do valor - ele
pode doar o que não foi comprado para ONGs
parceiras. O tíquete médio é R$ 100.
Hoje, a Repassa tem parcerias com grandes marcas,
como C&A e Renner, em programas de logística reversa