Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1

Quem tem sorte fica velho


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Folhainvest
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Mareia Dessen


O Brasil é um país jovem, pouco mais de soo anos de
idade. Diferentemente das culturas dos países orientais
e europeus que convivem com pessoas longevas há
décadas, a preparação para envelhecer não faz parte
de nossa cultura. Entretanto, não falar do assunto não
impede o envelhecimento.


Longevidade é assunto relativamente recente nas
conversas em família, no trabalho, entre amigos.


Políticas públicas estão sendo criadas para contemplar
um público que antes não existia.


A expectativa devida era baixa, e a maioria morria cedo.


Em sociedade, estamos aprendendo a conviver com
pessoas idosas, absorvendo sabedoria e experiências e
respeitando suas necessidades e restrições.


Empresas descobrem um novo público consumidor e
desenvolvem produtos e serviços voltados para esse
novo cliente, o idoso.


No Brasil, onde envelhecer parece ser um problema, as
pessoas gastam tempo planejando uma viagem de duas
semanas, mas não se empenham em planejar a velhice,
uma longa e bela fase da vida.

Envelhecer não é ruim, mas um direito fundamental.
Não é doença, não há perda de autonomia, salvo uma
enfermidade que comprometa o discernimento e o
processo de tomada de decisões.

Instrumentos jurídicos existem, e outros serão criados,
para assegurar nossa autonomia e manifestar nossa
vontade quando as decadèncias naturais da idade se
manifestarem, em maior ou menor escala.

Testamento é um desses instrumentos, ainda pouco
utilizado, possivelmente em razão da crença arraigada
por aqui, de que "testamento dá azar". Entretanto, as
circunstâncias da pandemia do coronavírus
desencadearam um sistema de urgência de cuidado
com o outro, com os entes queridos, e provocou
aumento de 134% no registro de testamentos.

Se você faz parte dos que não se preparam para a
velhice, saiba que, quanto mais cedo 0 fizer, melhor. E
que nunca é tarde para começar a planejar a vida,
deixar de medir somente 0 retorno dos investimentos e
começar a avaliar o retorno de viver.

Como você vai gastar o seu tempo? Como vai pagar
pela vida que gostaria de ter? Avalie como obter o maior
retomo, a melhor qualidade devida possível com o
dinheiro já disponível, adicionado ao que ainda pode
acumular enquanto tiver capacidade de gerar renda.

Ao planejar as finanças, os números, identifique quais
serão suas fontes de rendimentos na aposentadoria e
qual o montante de despesas estimadas para esse
período. Seja realista. Não acredite que será possível
viver com cerca de 70% do orçamento da fase ativa.
Viver bem, com qualidade de vida, sem depender da
ajuda de filhos ou familiares, custa caro.
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