Clipping Banco Central (2020-01-11)

(Antfer) #1

Brasileiro vai à Bolsa, mas não abre mão da poupança


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Folhainvest
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Caderneta de poupança

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Autor: Júlia Moura


são paulo A rápida recuperação da Bolsa brasileira após
o tombo de março, a Selic a 2% e a inflação em alta
permeiam as decisões financeiras de brasileiros nos
últimos meses.


Cada vez mais pessoas físicas compram ações na
Bolsa, ao mesmo tempo que não abrem mão da
poupança, hoje com rendimento real negativo.


Desde janeiro de 2020, a Folha acompanha cinco
investidores em diferentes situações socioeconômicas
nessa nova realidade do mercado financeiro. Por causa
da pandemia, o cenário que eles encontraram se tornou
ainda mais atípico. Esta é a segunda reportagem com
suas histórias.


Valéria Souza, 51, agente de viagens, entrou na Bolsa
No início de 2020, a Bolsa em alta levou a agente de
viagens corporativas a se reunir com amigos para
montar um clube de investimento, que, no fim das
contas, lhe pareceu um cassino, levando-a a desistir.


Frustrada e apenas com dinheiro na poupança, que ela
usa como conta-corrente, Souza começou a pesquisar
sozinha sobre investimento em ações - o rendimento da
poupança é de 1,4% ao ano, abaixo da inflação em
2020, que, até novembro, somou 3,13%.

"Peguei vários especialistas. Você está jogando 'Candy
Crush no celular e aparecem dicas: 'Fique mais rico, me
siga. Assistí a diversas palestras, mas o segredo
mesmo ninguém estava passando, anão ser que você
se inscrevesse nos cursos", diz.

Em agosto, pagou R$ 2.000 em um curso sobre como
operar ações de uma semana, com aulas diárias de
uma hora e 30 minutos. "Tem que estudar, não é só
chegar e colocar uma grana."

Ela retirou quase 80% do que tinha na poupança e
construiu, em outubro, uma carteira de ações com Via
Varejo, Cogna, Magazine Luiza e Weg. Desde então,
essas empresas tiveram variação de -10,49%, -6,95%,
6,91% e 36,65%.

"Quem administra as ações para mim é o cara do curso
por eu ainda não ter tempo. Está nomeunome.mas só
entro na conta para olhar como está."

No futuro, ela quer diversificar a carteira com ações de
Lojas Americanas, EzTec, Hypera Pharma e
RaiaDrogasil. Valéria conta que se destacou no curso e
pensa em se demitir da agência de viagens e ir
trabalhar com o professor.

"Ele gostou das minhas análises e dos meus resultados
nas simulações. E, como ele administra muitas
carteiras, conversamos sobre a possibilidade de
trabalho."

Souza mora com os pais idosos aposentados e ajuda a
tomar conta do neto de quatro anos, que sustenta,
assim como seu filho, de 26.

"Pretendo ajudar o professor a administrar carteiras,
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