Alimentos sobem 14% em 2020, e inflação supera centro da meta
Banco Central do Brasil
Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
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Autor: Diego Garcia
rio de janeiro O IPCA (índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo) fechou dezembro com alta de
1,35% e encerrou o ano de 2020 em 4,52%, acima do
centro da meta da inflação para o ano, de 4%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística), foi a maior alta desde 2016, quando o
índice registrou crescimento de 6,29%. O indicador de
dezembro, por sua vez, teve o maior crescimento desde
fevereiro de 2013, quando registrou aumento de 1,57%.
Apesar das altas, o resultado de 2020 ficou dentro do
intervalo de tolerância. O índice podería oscilar entre
3,5% e 5,5%, com o centro estipulado em 4%, sem que
a meta seja descumprida.
Os dados foram divulgados nesta terça (12).
A meta da inflação é fixada pelo CMN (Conselho
Monetário Nacional). O Banco Central reduz ou eleva
a Selic, a taxa básica de juros da economia, para
alcançá-la.
O grupo que mais pesou na inflação em 2020 foi o de
alimentos e bebidas, cujos preços subiram 14,09% no
acumulado do ano.
A alta decorre principalmente dos efeitos da pandemia,
que impulsionou a demanda por esses produtos, mas
também pela alta do dólar, que encarece importações, e
pela disparada no preço de commodities no mercado
internacional.
Entre os alimentos que mais aumentaram de preço no
ano, estão óleo de soja (103,79%), arroz (76,01%), leite
longa vida (26,93%), frutas (25,40%), carnes (17,97%),
batata-inglesa (67,27%) e tomate (52,76%).
A alta do preço dos alimentos foi fator de preocupação
para o governo ao longo do ano, em meio a um
aumento das exportações devido ao real desvalorizado
e à demanda internacional aquecida.
No início de setembro, foi zerado o imposto de
importação para 40 0 mil toneladas de arroz, numa
tentativa de conter a carestia do cereal. Antes disso, o
presidente ) air Bolsonaro pediu "patriotismo" aos donos
de supermercado para evitar alta de preço s maior de
itens da cesta básica.
De acordo com o IBGE, a inflação de 2020 também foi
puxada pelo grupo habitação, que subiu 5,25% no ano
passado, influenciada pela alta de 9,14% na energia
elétrica.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa
investimentos, afirmou que a energia elétrica foi
completamente impactada pela tarifa imposta no fim do
ano.
"A bandeira tarifária vermelha 2 devastou o índice, com
um avanço de quase 10%, muito grande para um item
que tem tanta representatividade", afirmou Etore.
Com a entrada em vigor da bandeira vermelha patamar