Clipping Banco Central (2021-01-13)

(Antfer) #1

O monopólio do pensamento


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Hélio Beltrão


A democracia se torna ilusória na ausência de vozes
desimpedidas


"Quando nossa liberdade de expressão for cassada, tal
qual ovelhas, mudos e silenciosos, seremos conduzidos
para o abate", profetizou George Washington.


Assistimos nesta semana a uma ação coordenada das
redes sociais dominantes (Twitter, Facebook, YouTube)
e demais big techs (Apple, Google, Amazon) para banir
o mau perdedor Donald Trump e "cancelar"
competidores menores, como as redes voltadas à
liberdade de expressão Parler e Gab. É um gravíssimo
atentado à liberdade de expressão, que exige uma
reação enérgica dos defensores da sociedade livre.


O Parler foi cancelado abruptamente pelos prestadores
de serviços: as "stores" que o distribuem (Apple e
Google), os servidores da Amazon, os provedores de
email e de mensagens de texto, os advogados, todos no
mesmo dia.


A alegação, rechaçada pelo Parler, é que este foi
parcialmente responsável pela invasão do Capitólio, em
Washington, por não fazer o suficiente para remover da
plataforma conteúdo que "incite a violência".

O presidente-executivo, John Matze, acusou as big tech
de estarem promovendo uma guerra contra a liberdade
de expressão e para eliminação do competidor. Inexiste
opção viável para os perseguidos.

A democracia se torna fantoche ilusório na ausência de
voz antagônica e desimpedida â?"todas as opiniões
fazem parte.

O termo "censura" não é o mais apropriado para
designar a atitude das big tech. A basilar Primeira
Emenda da Constituição americana, que impede o
governo de restringir a livre expressão, não se aplica ao
setor privado. Segundo essa emenda, as big tech não
estão proibidas de banir usuários e restringir a
expressão.

A princípio, o governo e o Congresso não têm nada com
isso. Ou teriam?

Há tempos o Congresso americano, principalmente
líderes do Partido Democrata, como Bernie Sanders,
Elizabeth Warren e outros, vêm ameaçando as big tech
com mudanças radicais da legislação, que podem incluir
a proibição de aquisições e obrigação de fatiar a
empresa em unidades menores, uma destruição
trilionária.

Como agora, em 2021, os democratas passaram a
controlar o Poder Executivo e as duas Casas do
Congresso, as big tech agem para minimizar prejuízos
ao acatar os anseios dos novos donos no poder.

É notório o que esses bullies almejam: calar Trump,
seus seguidores e teses, regulando de cima para baixo
o conteúdo que circula no mercado de ideias que
permitiu a vitória das "teses inaceitáveis" em 2016.
Como Congresso e presidente estão impedidos de
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