Clipping Banco Central (2021-01-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - startups & fintechs
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Pix

empreendedores embarcam nas formações do Latitud.
Ainda é possível se inscrever para algumas vagas
restantes neste link. Mais informações também estão
disponíveis no site do projeto.


Quais os maiores problemas para iniciar startups em
países emergentes, como os latino-americanos?


Falta de acesso a mentoria e dicas de quem já criou ou
trabalhou em startups que deram muito certo é um
problema. Já que a maioria das startups de sucesso
estão fora dos nossos países e a maior parte dos
funcionários não fala português ou espanhol, é raro ter
acesso a estes contatos.


Acesso a capital é outro desafio. Não só porque existe
menos capital sendo investido em startups no Brasil do
que nos Estados Unidos, por exemplo, mas também
porque a maioria dos empreendedores não têm a
oportunidade de conversar com investidores e outros
empreendedores para receber dicas de como fazer um
ótimo pitch. Muitos nem sabem por onde começar, e por
isso não consideram a opção de levantar capital. O
mundo de investidores ainda é bastante fechado para
"insiders", então, se você não está por dentro, é difícil
entrar.


Também falta uma comunidade de empreendedores
para trocar conhecimentos, além de fornecer apoio já
que a jornada é difícil e solitária. Estar em contato com
empreendedores que estão um passo à sua frente pode
ajudar a economizar semanas ou meses de pesquisa
sobre qualquer assunto e abrir muitas portas que você
nem enxerga como empreendedor iniciante.


O que de comum você observa nas startups latino-
americanas?


Empreendedores na América Latina têm muitos
obstáculos parecidos: burocracia, problemas de
infraestrutura, ter que começar muito mais "do zero"
para solucionar problemas comparado a startups
americanas, ou acesso limitado aos melhores
conteúdos por conta da falta de conhecimento do inglês
ou até porque cursos nos EUA são caros demais pra


quem ganha em real ou peso. Outra similaridade é a
tendência de olhar muito para o próprio país como
mercado, em vez de enxergar necessidades similares
em outras partes do mundo.

Apesar de nos EUA e na Europa existir muita
desigualdade em termos de quem considera o
empreendedorismo como opção, acredito que na
América Latina esse problema é mais grave. Apenas
7% das inscrições que recebemos na Latitud são de
mulheres, por exemplo, e isso é algo que eu quero
muito ajudar a mudar porque existe muita oportunidade
no empreendedorismo feminino, principalmente em
empresas solucionando problemas que só essa
demografia entende.

Há excesso de startups na região?

Tem sempre um excesso de startups, porque uma
porcentagem muito pequena delas dão certo. Isso é em
qualquer lugar. Só que esses empreendedores que não
conseguem da primeira vez aprendem muito, e tentam
de novo, ou então vão trabalhar em outros lugares, e
com isso também aprendem. De qualquer forma, isso
gera muito valor. Até as empreitadas fracassadas
ensinam muito.

O mercado financeiro no Brasil passa por mudanças,
como a chegada do Pix e do open banking. O que isso
traz para as startups?

Para empreendedores, é incrível, porque abre mil portas
para soluções que podem ser criadas para problemas
grandes que a gente não estava nem pensando em
solucionar. E vai criar muito mais concorrência de forma
saudável. Os bancos só podem agir da forma que agem
hoje no Brasil porque ninguém tem escolha. Uma vez
que todo mundo tenha escolha e o banco tenha que
tratar o cliente bem para que o cliente escolha ficar lá,
tudo muda.

A pandemia trouxe aprendizados para o ecossistema?

O mundo se expandiu com o maior uso do zoom. Antes
só queríamos fazer programas de empreendedorismo
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