Clipping Banco Central (2021-01-13)

Inflação fecha 2020 em 4,52%, a maior alta desde 2016

Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

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Autor: RAPHAELA RIBAS, MANOEL VENTURA E
STEPHANIE TONDO

A inflação acelerou 1,35% em dezembro e fechou 2020
em 4,52%. Segundo o IBGE, foi a maior alta anual
desde 2016, quando o índice foi de 6,29%.

No último mês, o aumento na conta de luz, com a
bandeira vermelha, somou-se à pressão dos preços dos
alimentos, que puxaram o índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) ao longo de todo o ano. O
índice terminou 2020 acima do centro da meta, de 4%,
mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto
percentual para cima ou para baixo.

O grupo Alimentos e Bebidas teve alta de 14,09% em
2020, o maior aumento desde 2002 (19,47%). Além da
alta do dólar e dos preços das commodities, a demanda
interna ganhou força com o maior consumo domiciliar
na pandemia e com a injeção do auxílio emergencial.
Entre as maiores altas, óleo de soja (103,79%), arroz
(76,01%), leite longa vida (26,93%) e carnes (17,97%).

O IPCA de 2020 também foi puxado pelo grupo

Habitação (5,25%), cuja alta foi influenciada pelo

aumento da energia elétrica (9,14%).

Foram dez meses na bandeira verde, sem acréscimo na

conta. Em dezembro, passou a vigorar a bandeira

tarifária vermelha patamar 2, com acréscimo de R$

6,243 a cada 100 quilowatts hora consumidos. Além

disso, houve reajustes tarifários em Rio Branco e Porto

Alegre - explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

A expectativa é que alimentação ainda pese no IPCA no

primeiro trimestre deste ano, mas desacelerando ao

longo de 2021, com fim do auxílio, previsão de boas

safras e freio do dólar. Analistas avaliam, contudo, que

planos de saúde, gasolina e transporte público devem

pesar este ano.

Em 2021, o centro da meta será é de 3,75%. Com o

IPCA avançando, aumenta a pressão sobre o Banco

Central para retomar o aumento da Selic, a taxa básica

de juros, que está na mínima histórica de 2%.

O consumidor pode ter a impressão que a alta da taxa

de juros é ruim, porque vai pagar mais nas parcelas,

mas isso será bom para a recuperação da economia

como um todo, pois vai regularizar os preços. Com a

taxa de juros maior, o consumo diminui e, com menos

procura que oferta, os preços baixam - diz Daniel Silva,

economista da Novus Capital.

PERDA DA POUPANÇA

Com a inflação de 4,52% em 2020, a caderneta de

poupança encerrou o ano sem ganho real, com um

retorno negativo de 2 , 30 % , segundo levantamento da

consultoria de investimentos Economatica. Trata-se da

pior rentabilidade desde 2002, quando o retorno anual

foi de -2,90%. Também tiveram rentabilidade negativa o

CDI (-1,68%) e o Ibovespa (-1,53%). O melhor

desempenho foi do ouro, com valorização de 49,19%,

seguido pelo euro, com 34,69%.

O IBGE também divulgou ontem o índice Nacional de