Clipping Banco Central (2021-01-13)

(Antfer) #1

Editorial Econômico - Endividamento aumenta, mas inadimplência cai


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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O aumento do número de brasileiros com dívida em
dezembro, depois de três reduções mensais
consecutivas, pode ser reflexo tanto da alta do consumo
no fim do ano como da maior disposição das famílias,
mais confiantes com relação à sua renda futura, de
contrair empréstimos. A Pesquisa de Endividamento e
Inadimplência do Consumidor (Peic) feita pela
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços
e Turismo (CNC) indicou que, em dezembro, 66,3% dos
consumidores estavam endividados. Esse número
representa alta de 0,3 ponto porcentual em relação a
novembro e de 0,7 ponto sobre dezembro de 2019.


O aumento do número de endividados, que em
determinadas circunstâncias pode gerar preocupação
quanto à evolução da renda do tomador do empréstimo
e ao risco de inadimplência, parece no momento vir
impulsionado por bons motivos. Ele vem acompanhado,
por exemplo, da redução, pelo quarto mês consecutivo,
do total de famílias com dívidas ou contas em atraso
(em novembro, 25,7% dos entrevistados disseram ter
dívidas atrasadas; o porcentual caiu para 25,2% em
dezembro).


O presidente da CNC, José Roberto Tadros, vê esses
dados com otimismo. Eles sinalizam que o crédito deve
ganhar papel de destaque entre os fatores que podem
estimular a retomada da economia. "É importante não
somente seguir ampliando o acesso aos recursos com
custos mais baixos, mas também alongar os prazos de
pagamento das dívidas para mitigar o risco da
inadimplência do sistema financeiro", ressalta Tadros.

Boa parte dos empréstimos concedidos durante a
pandemia teve carência nos pagamentos, que começam
a vencer agora. Em nota, a CNC observa que, "apesar
da alta do endividamento, os consumidores seguem
conseguindo quitar débitos e compromissos
financeiros". É um quadro que, de fato, os números
corroboram. Até a parcela das famílias que declararam
não ter condições de pagar seus compromissos em
atraso vem diminuindo (entre novembro e dezembro,
passou de 11,5% para 11,2%). Um ano antes, porém, a
fatia era de 10%.

A preservação desse cenário no que se refere a
endividamento e inadimplência dos consumidores está,
porém, condicionada à evolução da economia e ao
impacto do fim do pagamento do auxílio emergencial
sobre a situação financeira de milhões de famílias.

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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