Clipping Banco Central (2021-01-13)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Espaço Aberto
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

Erra também o Banco Central se deixa sua
independência ser entendida como garçonnière de
bolsa e suas fantasias. Alienação baseada em
comodismo acadêmico supersticioso: considerar o
mercado amante volúvel, sem emprego e produtividade.
E supor economicamente irracional pensar também em
metas de confiança, pleno emprego, crescimento
econômico e estabilidade da moeda. Sozinha e
paparicada, a moeda especulativa, dogma do iliberal
brasileiro, é uma desmaterialização produtiva, que
permite que valorização no mercado de ações seja
desvinculada da economia real. A economia financeira
do risco e som de canhão acha que a paz dá prejuízo.


Assim começa janeiro. A terceira pré-estreia desse filme
de quatro anos. E a bagunça geral vai produzindo um
País sem testemunha que não sabe que a sucessão no
Congresso é a principal decisão econômica de 2021. Ou
continuaremos a assistir a bolsa rica e bolso pobre;
especulação subir, produção sumir; o empresário
investir, o imposto comer; o jovem crescer, o emprego
desaparecer. Agravado pelo erro de querer desvincular
empresa e escola nas políticas para jovens vulneráveis.
Trabalho sem estudo é gasolina na evasão escolar,
ponte inútil para o futuro.


O Brasil parece renunciar ao amor pelo seu povo. Não
há melhores a imitar. Desde 1926, de Araraquara Mário
de Andrade alertava: "Se três brasileiros estão juntos
estão falando porcaria ... Pode ser que os outros sejam
mais nobres. Mais calmos certamente que não. Mas não
tenho medo de ser mais trágico ... O presente é uma
neblina vasta. Hesitar é sinal de fraqueza, eu sei. Mas
comigo não se trata de hesitação. Trata-se de uma
verdadeira impossibilidade, a pior de todas, a de nem
saber o nome das incógnitas". Enfim, estão aí o ano
novo e o mesmo presidente sem horizonte.


Não é a primeira vez que o Brasil vive o amor devorante
do narcisista que parece deixar-se amar para levar do
outro os esforços em proveito de si mesmo. Diante do
deboche e da audácia releiam Macunaíma. Para pular
cedo da canoa, dar uma chegada até a foz do Rio
Negro, buscar a consciência ali deixada e ajudar a tirar


do buraco o ano novo.

SOCIÃ"LOGO. E-MAIL:
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O Brasil parece renunciar ao amor por seu povo. Não há
melhores a imitar

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