Clipping Banco Central (2021-01-13)

(Antfer) #1

Governo sonda chineses para assumir fábricas da Ford


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
quarta-feira, 13 de janeiro de 2021
Banco Central - Perfil 1 - Carlos da Costa

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Autor: Fábio Pupo


Brasília O Ministério da Economia montou um grupo
de trabalho para avaliar o fechamento das fábricas da
Ford e está entrando em contato com outras
montadoras sobre a possibilidade de elas assumirem as
unidades da marca.


Já foram acionados pelo governo presidentes e outros
executivos de três fabricantes mundiais para buscar um
destino para as fábricas de Camaçari (BA), Taubaté
(SP) e da Troller em Horizonte (CE).


Segundo membros do governo ouvidos pela Folha, é
possível que uma fabricante chinesa assuma ao menos
uma das unidades. Apesar de os nomes serem
mantidos em sigilo, é mencionado em conversas como
uma possível candidata a Chery.


A marca chinesa já tem no Brasil uma operação em
parceria com a brasileira Caoa, mas a avaliação é que
sua produção atualmente ainda é pequena no país. Ela
não está sequer entre as cinco marcas com mais
veículos vendidos em território nacional, e a visão entre


integrantes do governo é que ela poderia ganhar força
com uma expansão a ponto de incomodar os
concorrentes.

A tendência é que o governo continue entrando em
contato com empresas para obter um número relevante
de interessados, uma medida que também foi colocada
em prática pelos governos de São Paulo e Bahia. Mas a
equipe econômica ressalta que a decisão de entrar nas
fábricas é das companhias e que dependerá da
estratégia de cada interessado.

Membros do Ministério da Economia defendem que a
decisão da Ford de sair do país não é uma notícia boa,
mas que deve ser entendida mais como um
reposicionamento da marca no cenário global do que na
operação do Brasil.

Integrantes do time reconhecem nos bastidores que
esse é o segundo caso similar em menos de um mês. A
Mercedes-Benz anunciou o fechamento de sua única
fábrica brasileira de veículos leves, em Iracemápolis
(SP), no fim do ano passado.

Em ambos os casos, integrantes do ministério ressaltam
que os movimentos são estratégias particulares de cada
empresa para enxugamento de custos e foco em
produtos mais rentáveis.

Múltiplos fatores são citados, como o reposicionamento
global das marcas, as mudanças trazidas pela
tendência dos carros elétricos, a competição estimulada
pelos asiáticos e o impacto nas vendas provocada pela
Covid-19.

Mas o elemento mais importante mencionado é o custo
Brasil, que estimula as empresas a buscar alternativas
mais rentáveis. Entidades como Anfavea (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores),
CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
corroboram essa visão.
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