e as casinhas típicas, também emana
uma calmaria nem sempre desfru-
tada em outras partes do caminho.
Não que Füssen não tenha uma
vibede cidade pequena e pacata.
Mas, ali, divide-se o vilarejo sempre
com muita gente que, não raro,
nem percorre a Rota Romântica e
segue direto para lá só para ficar
tête-à-tête com o símbolo máximo
da vizinhança. Seja como for, tanta
vontade de conhecer a construção
monumental, e, de quebra, um pou-
co mais sobre a vida do controverso
Ludwig II, se justifica. E muito.
Com apenas 23 anos, em 1863,
Ludwig assumiu o trono da Baviera,
e a partir daí começou a erguer seus
castelos (no plural mesmo). Seus
dias como governante seguiram até
1871, quando Otto von Bismarck
criou o Reich (império) alemão e
os tempos da Baviera como Estado
independente chegaram ao fim, de
modo que o rei virou um mero fan-
toche. Cada vez mais isolado, ele
se entregou à bebida. Esses fatores,
aliados às tendências megaloma-
níacas e à fixação pela cultura fran-
cesa, talvez fundamentem os gastos
mirabolantes em seus castelos fa-
bulosos, entre os quais Neusch -
wanstein é a obra-prima de seu rei-
nado ilusório – e que viria a inspirar
o criador-mor de um reino da fan-
tasia, Walt Disney, a conceber o íco-
ne máximo de seus parques, o Cas-
telo da Cinderela, em Orlando.
Pairando imponente e vaidoso
sobre as montanhas de Allgäu,
Neuschwanstein tem como maior
e mais luxuoso cômodo o Salão
dos Cantores. O recinto, que retrata
cenas medievais com afrescos que
remetem à ópera Tannhäuser, de
FOTOS
: S
HUTTERSTOCK
Hohenschwangau é outro
deslumbre em forma de
castelo que a fofa, e
superturística, cidade
de Füssen (abaixo) exibe