Viaje Mais - Edição 175 (2015-12)

(Antfer) #1

84 VIAJEMAIS


U


m vilarejo de essência hippie,
descoberto por “caçadores de
paraísos” nos anos de 1970 e que
virou o pointmais chique do litoral
da Bahia, onde bichos-grilos se mis-
turam a artistas famosos e turistas
em geral, todos dividindo pacifi-
camente as areias das praias. Eis a
multifacetada cara de Trancoso,
uma das vilas de praia mais bada-
ladas da Bahia.
A metamorfose do lugarejo se
deu na última década, quando Tran-
coso ganhou algumas das melhores
pousadas do País. Virou, então, uma
espécie de reino encantado dos ban-
galôs e piscinas de borda infinita.
Alguns desses refúgios, como o

Uxua Hotel, foram além e muda-
ram o conceito de hospedagem de
luxo: em vez de uma suíte com va-
randa para os hóspedes, fornece
lindas casas inteiras, decoradas com
obras de arte, como se fossem casas
de praia de gente grã-fina (e, afinal,
são isso mesmo), cujas diárias não
saem por menos de R$ 1.700.
Mesmo assim, Trancoso não é
esnobe. Nem perdeu o astral de-
sencanado que lhe deu fama. É um
lugar onde você pode passar o dia
de chinelos e jantar lagosta num
restaurante gourmet.
O pedaço que melhor sintetiza
essa vibeleve e informal é o Qua-
drado, praça de formato retangular

com casas coloridas nas laterais,
uma igrejinha branca ao fundo e
um gramado malcuidado no meio.
Tudo isso no topo de uma falésia,
longe do mar, que só é visto a dis-
tância. Dito assim parece até banal,
mas ficar de bobeira no Quadrado
talvez seja a melhor coisa a fazer
em Trancoso, já que é ali que so-
brevive a atmosfera gostosa e que
tanto fez a fama da vila. Mas, para
entrar no clima, é preciso passar ao
menos um par de dias por lá, já que
quem chega nas excursões de Porto
Seguro apenas para passar o dia
não percebe que a vila é, sobretudo,
para ser sentida, e não apenas vista.
O chão de areia lembra à mulhe-
rada que salto alto é totalmente dis-
pensável e que divertido mesmo é
vasculhar as lojas de artesanato e
produtos alternativos, como a Cheia
de Graça, que reúne bonitas peças
decorativas feitas com garrafas pet.
Depois desse saracuteio, difícil
é escolher um lugar para jantar, pois
há muitas opções. O Capim Santo
é um clássico: está lá desde 1985.
O El Gordo, do chef Wladimir

As casas
coloridas do
Quadrado abrigam
restaurantes e
lojas de artesanato
bem legais, como
a Cipó (ao lado)

DIVULGAÇÃO

BEATRIZ

PRIETO

TRANCOSO

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