Aero Magazine - Edição 301 (2019-06)

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táxi-aéreo pirata. Isso é muito
positivo, pois a agência reguladora
tem um papel fundamental nesse
trabalho de fiscalização e monito-
ramento, e só assim esse cenário
vai mudar”.
A base de manutenção da
TAM Aviação Executiva, loca-
lizada em Jundiaí, também é
referência quando o assunto é
segurança operacional. Dirigida
pelo engenheiro Ruy Amparo,
que contabiliza mais de 25 anos
de serviços prestados à segurança
aeronáutica, a oficina, que é consi-
derada o maior parque de serviços
de manutenção de aeronaves de
negócios da América Latina, é
certificada pelos principais órgãos
da aviação mundial e, também,
pelos fabricantes Bell, Beechcraft e
Cessna, de quem são representan-
tes legais no Brasil.
Segundo Amparo, sabe-se que
existem boas oficinas e aquelas
que prestam um serviço duvido-
so. Para ele, um ponto importante
para tornar a operação do RBAH
91 mais segura é conscientizar
os proprietários das aeronaves,
disseminando uma cultura de
conhecimento e deixando claro,
por exemplo, a diferença entre re-
alizar um serviço de manutenção
em uma oficina homologada que,
possivelmente, cobrará mais caro
pelo serviço, e em uma oficina
que trabalhe com peças duvido-

sas e que ofereça um orçamento
mais barato.
Sobre a disseminação da
cultura de conhecimento, Miguel
Ângelo Rodeguero, da AOPA, pro-
põe uma solução mais imediata.
“Nos casos em que o proprietário
da aeronave é absolutamente leigo
em matéria de aviação e segurança
de voo, compete ao piloto, que é
um profissional da aviação, falar
ao patrão que determinada situa-
ção caracteriza uma exposição ao
risco, explicando detalhadamente
quais são esses riscos e por que
devem ser evitados”.
Andando pelo centro de
manutenção da TAM, percebe-
-se já pela limpeza e organização
do local o nível de qualidade
do trabalho lá executado. Um
dos diferenciais da oficina é seu
depósito especial alfandegário,
que permite a importação de
peças e componentes de Cessna e
Honeywell com agilidade e menor
custo, o que também contribui
para aumentar a segurança, já que
se utilizam peças novas, originais
e, acima de tudo, homologadas.

OS PIRATAS
Miguel Ângelo Rodeguero é ca-
tegórico quando o assunto é táxi-
-aéreo pirata – modalidade em
que aeronaves regulamentadas
pelo RBHA 91 realizam, ilegal-
mente, o serviço de transporte

remunerado de passageiro sob
demanda, regulado pelo RBAC
135 que, como se sabe, tem níveis
de exigência diferentes. Segundo
ele, que é piloto há mais de 48
anos, o táxi-aéreo pirata não é,
necessariamente, menos seguro,
porém, antes de qualquer coisa, é
uma ilegalidade administrativa, o
que, por si, já denota uma afronta
à cultura de segurança de voo.
“Táxi-aéreo clandestino, o fami-
gerado TACA, é ilegal. Ponto. Se
aceitamos discutir se é menos ou
mais seguro, estamos aceitando a
ilegalidade”, decreta.
Jorge Bitar, presidente da As-
sociação Brasileira de Táxis Aére-
os e de Manutenção de Produtos
Aeronáuticos, a Abtaer, diz que
a segurança é o quesito número
um de empresas de aviação do
mundo inteiro e o Brasil, por ser
signatário dos acordos globais,
acompanha o padrão mundial.
“As empresas de táxi-aéreo são

O investimento
em treinamento
da equipe técnica
de manutenção
é um dos
diferenciais
de segurança
operacional da
empresa
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