Aero Magazine - Edição 301 (2019-06)

(Antfer) #1

MAGAZINE 301 | (^79)
ração entre o caça e o óvni voltou
a aumentar, mas logo diminuiu
para cinco milhas náuticas (9,26
km), quando o objeto acelerou
bruscamente e ampliou, em se-
gundos, a distância para 21 milhas
náuticas (38,89 km), ficando, dessa
forma, fora do alcance do radar do
interceptador.
O capitão ainda repetiu o feito
de ficar a apenas 1 milha náutica
(1,85 km) de outro óvni, após
acelerar e atingir a velocidade su-
persônica de Mach 1.05 (1.296,54
km/h), mas o objeto também
acelerou e rapidamente desapa-
receu. Apesar da proximidade
obtida, o caçador nada viu a olho
nu. Perto do fim do voo, frustrado,
Freitas perguntou ao controlador
se os outros caçadores estavam
tendo os mesmos contatos, nas
mesmas circunstâncias, o que foi
confirmado pelo interlocutor:
“Afirmativo. As mesmas condições:
tem um contato, chega próximo do
contato e o mesmo (sic) aumenta a
distância”.
ZIGUEZAGUE
Freitas pousou em Anápolis às
23h46. O voo durou ao todo 58
minutos, das 22h48 às 23h46. Em
terra, ele relatou haver verificado,
pelo radar de bordo, que alguns
dos óvnis movimentavam-se em
ziguezague – manobra impossível
para qualquer aeronave conheci-
da à época e mesmo hoje. De fato,
tal informação encontra respaldo
numa das falas dele gravadas
com o controlador de voo: “Eu
tinha ele... tinha o contato quase
no centro do escope e rapidamente
passou para a direita”.
Em entrevista concedida no
ano de 1993 ao programa Globo
Repórter, da Rede Globo, Armin-
do Sousa Viriato de Freitas decla-
rou que as velocidades de fuga dos
óvnis foram estimadas em Mach
15, ou seja, 18.522 km/h – algo
irrealizável na década de 1980 e
ainda não alcançado oficialmen-
te. Em 2007, o livro de recordes
Guinness listou o jato de combate
russo Mikoyan MiG-25 como o
mais veloz do mundo, capaz de
atingir 3.395 km/h (Mach 2.75).
INTERFERÊNCIA NO RADAR
O terceiro caça, um F-5E com
prefixo FAB 4849 e codinome
Jambock 07 (JB 07), decolou da
BASC às 22h50, pilotado pelo
Capitão aviador Márcio Brisolla
Jordão (1957). Nas comunicações
por rádio, o controlador de voo
identificou-se como Lince 45 e
enviou Brisolla Jordão para inves-
tigar uma série de plotes registra-
dos no radar. Com menos de dez
minutos de vetoração, surgiram
numerosos tráfegos imóveis à
cauda da aeronave, à qual foi
comandada uma curva de 180º
pela direita, não sendo obtido,
porém, nenhum contato visual ou
do radar de bordo.
As buscas foram feitas inicial-
mente em Santa Cruz e depois em
São José dos Campos, sem que
nada de anormal fosse observado
pelo piloto, apesar da noite clara,
sem nuvens e com uma lua cheia.
Capitão
aviador
Júlio Cézar
Rozenberg
na Base Aérea
de Anápolis,
em 1985
Acervo de Júlio Cezar Rozenberg

Free download pdf