Aero Magazine - Edição 320 (2021-01)

(Antfer) #1
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DEVO INSTALAR


AGOR A O


ADS-B OUT?


O dispositivo veio para ficar e já é obrigatório em muitos países,
mas o que devem fazer os operadores baseados no Brasil

S


istema de vigilância com
troca automática de infor-
mações por radiodifusão, o
ADS-B (acrônimo para automatic
dependent surveillance – broad-
cast) promete um controle mais
eficiente de navegação pelos
órgãos de controle de tráfego
aéreo, principalmente em regiões
congestionadas. O equipamen-
to fornece para as bases ATC,
automaticamente, dados reais
de altitude, velocidade e proa de
deslocamento da aeronave onde
está instalado, além de revelar sua
identificação. Ele também envia
essas mesmas informações para
outras aeronaves no seu entorno
(que possuírem dispositivo de
recepção desses dados), evitan-
do, dessa maneira, os perigosos
conflitos de tráfego, que podem
ser catastróficos.
O sistema de vigilância ADS-B
depende apenas de dispositivos
embarcados das aeronaves e da
estação receptora em solo para
realizar a transmissão e a recepção
dos dados. Três componentes inte-
gram esse sistema: uma unidade de
navegação, um transceptor ADS-B
e uma antena para transmissão e
recepção de informações.
Existe o ADS-B Out, mais
simples e menos custoso, que ape-
nas difunde os dados de posicio-
namento e identificação, mas não
é capaz de captar as informações
vindas de outras aeronaves. Já o
ADS-B In, mais completo e caro,

dá ao piloto a chamada capacidade
de vigilância ar-ar.

SEGURANÇA DE VOO
A grande pergunta que os ope-
radores se fazem neste momento
é se devem ou não instalar pelo
menos o ADS-B Out em suas
aeronaves. A resposta depende
de várias considerações que
precisam ser feitas. A primeira
delas diz respeito à segurança de
voo. Se esse for o único aspecto a
ser considerado, ignorando os de-
mais, como custo e cumprimento
de normas, a resposta seria “sim,
certamente você deve instalar um
equipamento de ADS-B Out em
sua aeronave”.
Desde 2014, o dispositivo é
item obrigatório de instalação
em aeronaves novas que saem
de fábrica. Muitas delas já têm a
capacidade de leitura das informa-
ções enviadas por outras aerona-
ves em voo (ADS-B In) e, assim,
mostram-se mais efetivas em
evitar conflitos de voo ou colisões.
O sistema também permite
que se monitore do solo a aerona-
ve por meio dos diversos aplicati-
vos disponíveis para computado-
res, tablets e aparelhos celulares.
É possível acompanhar o voo e
localizar mais rapidamente a aero-
nave em caso de anormalidades.
Do ponto de vista regulató-
rio, diversos países já adotaram
o ADS-B Out como requisito
obrigatório de voo. É o caso dos

Estados Unidos e de alguns países
de América do Sul, Oceania,
Europa e Ásia. Se costuma (ou
pretende) voar para esses locais,
a resposta também é “sim, vale a
pena instalar o equipamento”. No
Brasil, somente a Bacia de Campos
(TMA Macaé), no Rio de Janeiro,
tem como requisito o uso desse
equipamento, mas, em breve, isso
deverá ser mandatório para todo o
território nacional.
Nos EUA, com mais de 250
mil aeronaves operando na
aviação geral, houve uma corrida
para a instalação dos componentes
ADS-B Out, o que causou proble-
mas. A elevada demanda levou
a um “apagão” no fornecimento
do ADS-B Out por parte dos
fabricantes e provocou demora
no atendimento por parte das
oficinas, que ficaram passaram a
agendar as instalações para 18 me-
ses após a contratação do serviço.
Isso também pode ocorrer no
Brasil. Ou seja, como forma de
evitar os percalços decorrentes de
uma corrida pela instalação do
sistema ADS-B, que pode levar a
dificuldades no fornecimento do
componente ou à falta de oficinas
com disponibilidade de realizar
o serviço, este seria um bom mo-
mento para que se faça o serviço.
Saindo na frente, as chances de
ter sua aeronave bloqueada para
a realização de voos por falta do
ADS-B Out já ficam bastante
remotas.

AERO RESPONDE

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