Aero Magazine - Edição 320 (2021-01)

(Antfer) #1

26 |^ MAGAZINE^320


de (que já deve estar baixa) se
reduza a níveis perigosos. Caso
a aproximação seja feita um
pouco mais alta do que o normal
ou com menor velocidade (já
próximo ao limite de estol),
uma situação indesejável pode
acontecer.
Portanto, a redução de ma-
nete na aproximação final deve
ser bastante suave. Essa é uma
diferença de fácil percepção para
os pilotos e pode ser identificada
sem dificuldades com um treina-
mento adequado. Seja como for,
os turbo-hélices também podem
contar com sistema de passo
reverso da hélice, o que ajudará
(e muito) no pouso, encurtando
consideravelmente a distância a
ser percorrida após o toque.

VELOCIDADE A JATO
Até agora, privilegiamos as
dicas de transição para aerona-
ves turbo-hélices, mas muito
do que já foi dito também vale
se a transição for para jatos,
independentemente da ordem
que isso ocorra, sendo possível,
seguro e viável inclusive a tran-
sição direta de pistão para jato.
Em aeronaves a jato alguns
fatores são mais críticos e devem
ser considerados de maneira
bastante criteriosa. Os cálculos
de velocidades de decolagem e
pouso são fundamentais para
que a operação seja conduzida
de maneira segura e adequada.
Em aeronaves a pistão ou turbo-
-hélices, as variações dessas
velocidades também existem,
mas em níveis muito menores
em relação ao que acontece com
os jatos. Se o freio ou o reverso
falharem durante o pouso de um
jato e o piloto estiver acima da

velocidade estipulada no manual
de operações para o cruzamento
da cabeceira, saiba que cada
um nó a mais de velocidade
representa 100 metros adicionais
de pista para desaceleração.
Essa questão de velocidade
já nos remete para o próximo
ponto a ser considerado, que é a
devida análise de pista, conside-
rando também se está molhada
ou seca e já planejando o perfil
de arremetida caso ocorra.

ALTITUDES ELEVADAS
Devemos ter a consciência de
que jatos voam em altitudes

mais elevadas do que aeronaves
a pistão ou monomotores ou
bimotores turbo-hélices e, por
isso, estão sujeitos a diferentes
fenômenos meteorológicos,
como aqueles presentes na tro-
popausa (camada intermediária
entre a troposfera e a estratos-
fera). Além disso, os pilotos de
aviões a reação têm de enfrentar
correntes de jato, nuvens cirrus,
turbulências de céu claro, trilhas
de condensação, camadas de
“neblina” de alta altitude e o
famoso fogo de santelmo (des-
carga elétrica indesejável para
quem está em voo).
Free download pdf