Aero Magazine - Edição 320 (2021-01)

(Antfer) #1

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COMPRARNO
BRASILOUIMPORTAR

Coma pandemiadacovid-19,empresáriosque
necessitarammanteratividadespresenciaisencontraram
naaviaçãoprivadaumaalternativainteressanteparasuprir
suasdemandasdevoose preencheraslacunasdeixadaspelo
transporteaéreoregular,passandoa fazeralgunsnegócios
domésticose impulsionandootradedeaeronavesexecutivas,
principalmentea partirdeagostode2020.Emboranãohaja
umvolumeexpressivodeaeronavesusadasà vendanomer-
cadonacional,quemsaiuembuscadeumaoportunidade,
encontrou.OBrasiltemoferecidoboasopçõesdenegócio,
principalmenteoriginadasemliquidações,trocasouencerra-
mentodeoperações,quandofazsentidoparao proprietário
brasileirovenderbaseadonovalorcontábilemreais– algu-
masvezesrecorrendoa financiamentosbancárioscomjuros
baixose parcelasemreais,outrasatécomparcelamentos
diretos,emvendascomreservadedomínio.Comumpouco
dededicaçãoe persistência,o Brasiltemsidoumaboaalter-
nativaparacomprae vendadeaeronaves,mesmoemtempos
depandemia.Algunssetoresdaeconomiaconseguiramfatu-
rare atécrescernesteperíodo,puxadosporsegmentoscomo
agronegócio,alimentício,farmacêuticoe negóciosdigitais
(videoconferência,internete comércioeletrônico),muitos
destesfaturandoemdólares,mantiveramasatividadesde
importaçãodeaeronavesnovase usadas.Paraquempensa
emimportar,deveteremmentenãosóa questãodocâmbio
(nomomentodeelaboraçãodesteartigo,o dólarestavaco-
tadoa 5,31reais),mastambémasrestriçõesdeviagempara
acompanhamentotécniconoexterior,dificuldadesjuntoaos
centrosdeserviçonoexteriorpararealizaçãodainspeção
depré-compra,conformaçãodaaeronavejuntoà Anac,
exportaçãoe posteriortraslado,quetemsereveladoumdos
principaisdesafiosparaumaoperaçãointernacional.

* Broker de aeronaves e avaliador certificado
pela ASA (American Society of Appraisers) e
pela USPAP (Uniform Standards of Professional
Appraisal Practice - Normas de Padronização e
Práticas de Avaliação Profissional), Cássio Polli
dirige a Aérie Aviação Executiva e acumula
mais de 18 anos dedicados exclusivamente ao
trade de aeronaves executivas, compra, venda,
importação e exportação.

SINGLE-PILOT OU
DUPLO COMANDO

Aoperação privada, na categoria TPP, per-
mite voos solo (apenas um piloto) em aeronaves
a pistão, helicópteros, turbo-hélices e jatos até 12.500
libras (5.670 quilos) de peso máximo de decolagem.
Acima disso, são classificadas como “tipo” e requerem
duplo comando. Mesmo na aviação desportiva, nas
operações de helicópteros ou nos voos de aviões mo-
nomotores a pistão, que têm predominância de voos
com apenas um piloto, recomenda-se atenção, preparo
e, sempre que possível, um copiloto – um mal-estar
súbito, uma desorientação espacial ou um julgamento
errado podem comprometer a segurança de voo. Para
amenizar os riscos, alguns modelos vêm equipados
com paraquedas balísticos de série. Mais recentemente,
os fabricantes investiram em sistema de pouso automá-
tico de emergência, como os novos TBM, que possuem
um sistema baseado na chamada tecnologia autoland
(HomeSafe). À medida que o tamanho das aeronaves
aumenta, entrando em uma operação privada mais
profissional (seja com bimotores a pistão como Seneca
e Baron, turbo-hélices mono e bimotores como Cessna
Caravan, TBM, Pilatus PC-12, King Air C90, B200/250
e jatos leves como a série 510 Mustang, 525 M2, CJ1,
CJ2, CJ3 e CJ4, HondaJet e Phenom 100 e 300), em-
bora estas aeronaves sejam certificadas para operação
single-pilot, é altamente recomendado voar com um
copiloto, mesmo que recém-formado. Nesse nível de
operação, há um aumento da complexidade dos voos,
com demandas relacionadas a quesitos de navegação,
meteorologia, velocidade, voo noturno ou por instru-
mentos, mau tempo, tráfego aéreo e assim por diante.
A indústria desenvolveu aeronaves para operação
single-pilot, simplificando os sistemas e a carga de
trabalho do tripulante, o que é um ponto positivo para
aviação, no sentido de facilitar a operação, mas uma
segunda opinião a bordo, pode ser muito bem-vinda,
principalmente em situações adversas. Já para aerona-
ves classificadas como “tipo”, de acordo com sua certi-
ficação ou definidas pela operação, serão exigidos dois
pilotos como tripulação mínima, composta pelo PIC
(pilot in command) e SIC (second in command), ambos
com treinamento anual em simulador. Aeronaves nessa
categoria podem ser desde aeronaves mais leves como
modelos Citation (II, Bravo, Excel, XLS), Learjet 40/45,
Beechjets/Hawker (400XP, 800/850/900XP) até os
grandes jatos de longo alcance.

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