VIAJE MAIS^73
mas eu preferi ir a pé. Após passar
por algumas tumbas e blocos enor-
mes de pedra, muitos deles com
formatos semelhantes a animais,
alcança-se a entrada do siq. Aí, a
aventura começa de verdade.
O siq é um desfiladeiro com pa-
redões de até 100 metros de altura,
ora mais largos, ora bem estreitos.
O caminho de 1,2 km é fascinante,
com rochas avermelhadas se insi-
nuando em curvas. A expectativa
aumenta até que, por uma fresta,
avista-se o Al Khazneh, ou Tesouro,
o principal monumento de Petra,
que parece um templo, mas, na ver-
dade, é um sarcófago. Impecável,
a fachada de 39 metros de altura
por 25 de largura com colunas gre-
co-romanas esculpidas na rocha
mantém-se preservada até hoje.
Desde 2006, não é permitido
entrar no Tesouro, mas em outra
área de Petra existe uma sequência
de prédios escavados chamada de
Tumbas Reais, cuj o interior, de livre
acesso, é muito parec ido com o do
prédio principal da cidade. Man-
chas coloridas de calcário raspado
enfeitam o teto desses ambientes
criando efeitos muito bonitos.
Entre 9h e 10h a luz do sol chega
à fachada do Tesouro e a deixa ain-
da mais bonita. Nesse período, no
entanto, o local costuma estar lo-
tado e o que mais se vê são turistas
posando em dromedários – por 5
dinares (R$ 24) você sobe em um
deles e dá uma voltinha.
Achei melhor deixar os bichi-
nhos quietos e explorar a pé a ci-
dade de pedra na qual, acredita-se,
moraram cerca de 40 mil pessoas.
Depois de passar por um belíssimo
teatro antigo, mirantes, templos,
tumbas, barracas que vendem lem-
brancinhas, um punhado de dro-
medários e burros, chega-se final-
mente ao centro de visitantes, onde
há dois restaurantes.
Ali pertinho está a escadaria de
mais de 800 degraus que leva até a
segunda edificação mais importante
da cidade: o Monastério, um im-
pressionante templo de 50 metros
de largura por 45 de altura, escul-
pido em um paredão. A trilha é pu-
xada, mas se não aguentar o pique
deixe para voltar no dia seguinte.
O visual é arrebatador.
ENTRE MAR E DESERTO
Pouco mais de 100 km ligam
Petra a Aqaba, a janela da Jordânia
para o Mar Vermelho. Com um bo-
cado de hotéis de bandeiras inter-
nacionais, o balneário tem ares oci-
dentais. O visitante lembra que está
no Oriente Médio apenas quando
avista a mesquita Sharif Ali bin al-
-Hussein; ou lê a fachada com es-
critos em árabe do McDonald’s;
ou se depara com o mercado de
rua, o souk, onde é possível comprar
PAU
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Entardecer no deserto de
Wadi Rum, o espetáculo
final, antes do jantar servido
em acampamentos beduínos