VÍRUS 13
bastante inesperados – genes para codificar enzimas que se pre-
sumia serem unicamente celulares e nunca dantes vistos num
vírus. Estas enzimas, explicou Jean-Michel, encontram-se entre
os componentes que traduzem o código genético de modo a for-
marem proteínas a partir de aminoácidos.
“Por isso, surgiu a pergunta: ‘Para que precisa um vírus da-
quelas enzimas sofisticadas, normalmente activas em células,
se tem a célula ao seu dispor?’”
De facto, qual é a necessidade? A inferência lógica é que o
Mimivirus as conserva porque a sua linhagem teve origem na
redução do genoma de uma célula.
O Mimivirus não era fruto do acaso. Vírus gigantes semelhantes
não tardaram a ser detectados no mar dos Sargaços e o nome inicial
tornou-se um género, Mimivirus, incluindo agora vários gigantes.
Quando o embrião huma-
no já é um blastocisto
com várias células (em
cima), o HERV-K (tingido
de verde) continua
presente, mas concen-
trado em células que
se tornarão um bebé.