Adega - Edição 184 (2021-02)

(Antfer) #1

32 |^ Revista ADEGA -^ Ed.184


Toscana bivarietal
Denominação Maremma será a primeira
naToscanaa colocarduascastasnorótulo

O que no Novo Mundo é
algo corriqueiro, no Velho,
nem tanto. Aqui vemos vinhos
que podem ostentar mais de
uma variedade de uva em seu
rótulo. Isso, no entanto, é algo
bastante raro nas denominações
de origem europeias. Mas, pelo
visto, talvez comece a mudar.
Em 2016 a DOC Maremma,
na Toscana, entrou com um
pedido nas agências regulatórias
europeias com a intenção de
listar no seu rótulo duas castas
presentes no vinho. Pelas regras
da Denominazione di Origine
Controllata, no rótulo só podia
constar “Maremma Toscana
DOC”, independente de ser um
blend ou varietal.
Com a aprovação, Maremma

poderá agora listar nos seus
rótulos até duas variedades
que estão no vinho ou a casta
única em caso de vinhos
varietais. “Seremos a primeira
denominação de vinho na
Toscana a usar o rótulo
bivarietal”, destaca Francesco
Mazzei, presidente do Consorzio
Tutela Vini della Maremma
Toscana. “Isso nos dá uma
vantagem na adaptação às
novas demandas do mercado
para aumentar nossos pontos
comerciais, ao mesmo tempo
em que fortalece as tendências
de crescimento atuais e destaca
as características qualitativas da
produção”, completa.
A Maremma Toscana DOC
aproveitou e alterou algumas

de suas regras também. Agora
para os tintos, as uvas aprovadas
são Sangiovese, Cabernet
Sauvignon, Cabernet Franc,
Merlot, Syrah e Ciliegiolo. Estas
devem compor, no mínimo, 60%
do blend ou produzir varietais.
Em um tinto dito “Reserva”, o
vinho terá que estagiar por pelo
menos dois anos, sendo seis
meses em barricas de carvalho.
No caso de vinho branco, a
Viognier pode ser usada como
varietal ou até um mínimo
de 60%, junto com as demais
autorizadas, Vermentino e
Trebbiano Toscana. O “Reserva”
branco tem que estagiar por
pelo menos um ano e não há
necessidade de passagem por
barrica.

Herbicida da soja causa prejuízo


para a viticultura gaúcha
Produtoreschegarama relatarperdasde até 90%

Produtores e associações do Rio
Grande do Sul estão denunciando
a má aplicação do herbicida 2,4-
D nas plantações de soja como o
responsável por prejuízos em culturas
mais sensíveis como a da uva.
Segundo a Cooperativa de Vinhos
Jaguari, localizada no centro-oeste
gaúcho, a produção da uva destinada
à vinificação teve uma queda de 30%
devido ao mau uso do agrotóxico.
Outros produtores relataram
perdas ainda maiores. “É motivo
para chorar. Eu mesmo conheço
produtor que perdeu 90% da
própria produção e o assunto é
muito sério”, revela Valter Potter,

presidente da Associação de Vinhos
da Campanha Gaúcha. Segundo ele,
o último relatório apresentado pela
Secretária de Agricultura do estado
não revela a gravidade da situação,
pois diversos produtores deixaram
de denunciar por não acreditarem
que haverá punições aos envolvidos.
“São números de um levantamento
quantitativo de amostragens que
fizeram denúncias, mas existem
inúmeros casos de produtores que
se cansaram de denunciar. Não
tem um centavo de indenização
feita até hoje e mais da metade nem
denuncia ou coleta amostra para
provar”, completa Potter.
Free download pdf