Adega - Edição 184 (2021-02)

(Antfer) #1

Revista ADEGA - Ed.184 | (^87)
Um ícone incomum e a
influência do mar
Masseto deve o seu nome aos duros
blocos de argila azul, chamados
“massi”, que se formam na superfície
da vinha. “É um lugar intocado, cruel
e primitivo. Não é fácil de trabalhar.
Olhando para ele, não se diria que é
capaz de produzir um vinho deste
tipo. Nem mesmo está na parte mais
adequada do mundo para a Merlot.
As condições são muito extremas.
Estamos sempre no fio da navalha,
não é de todo óbvio que possamos
obter um bom vinho. As vinhas têm
que sofrer, mas até certo ponto. O risco
de fracasso está sempre presente. No
entanto, este vinhedo nunca deixa
de nos surpreender. É realmente um
lugar mágico”, conta Heinz.
Entre os pontos centrais para
o nascimento desse vinho está a
influência decisiva do mar a poucos
quilômetros de distância, que torna
o clima singular, mas também traz
um outro elemento crucial, uma
camada de argila azul do Plioceno.
Há milhões de anos, foi depositado
um substrato marinho profundo,
que gradualmente se transformou
em argila azul, que veio à superfície
na colina após milhares de anos de
erosão. No que antes era um fundo
do mar, hoje existem vestígios,
minerais e fósseis.
Uma vinha delicada
O vinhedo de Masseto é cultivado
da mesma forma que Ornellaia,
mas os solos argilosos apresentam
Nova vinícola foi projetada
pelos arquitetos Hikaru Mori e
Maurizio Zito
Lodovico Antinori
criou Masseto
quase que
concomitantemente
com Ornellaia

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