Viaje Mais - Edição 188 (2017-01)

(Antfer) #1
VIAJEMAIS

as suas: o Castelo de Guimarães.
Construído há mais de mil anos, o
gigante tem muralhas portentosas,
acrescentadas gradativamente à me-
dida que as incursões árabes na Pe-
nínsula Ibérica se intensificaram.
Ao lado estão a Capela de São Mi-
guel do Castelo, onde reza a lenda
foi batizado D. Afonso Henriques,
e o convento de Santa Clara, hoje
a Câmara Municipal da cidade. De
qualquer um desses pontos é um
pulo até o concorrido Paço dos Du-
ques, morada do primeiro duque
de Bragança e atual residência ofi-
cial do Presidente da República no
norte de Portugal. O palácio incor-
pora elementos curiosos, como o
teto que imita o casco de uma ca-
ravela, homenagem às grandes na-
vegações portuguesas. O acervo
abriga desde tapeçarias flamencas
e porcelanas da Companhia das Ín-
dias a móveis hispano-árabes.O pas-
seio continua ladeira abaixo. A Rua
de Santa Maria, principal artéria
da Guimarães medieval, liga a zona
do Castelo às ruas do centro. Ali,
o Largo das Oliveiras e a Praça de


Santiago são boas opções para o al-
moço. Seus restaurantes são caros,
mas vale a pena abrir a carteira e
curtir uma refeição nas mesinhas
ao ar livre. Esse é o lugar para en-
carar pratos encorpados do norte
como as clássicas papas de sarra-
bulho, um cozido que leva porco,
galinha, chouriço e pão.
A tríade caminhada, cultura e
comilança combina com um passeio
de teleférico até a Serra da Penha,
vizinha à cidade. O teleférico vence
400 metros verticais em 15 minutos
até o topo de Guimarães, a 1.700
metros de altitude. Do alto, as pers-
pectivas se invertem: visto de cima
para baixo, o monastério parece
pequeno frente a imensidão da ser-
ra, e a cidade se converte em vila
no fundo do vale. Com essa paisa-
gem à vista, me despedi de Guima-
rães e me preparei para outros ce-
nários – e mais pousadas, claro.

O Largo das Oliveiras, no
coração de Guimarães; a
cidade foi palco da batalha
de São Mamede, em 1128,
que deu origem à
independência de Portugal

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