Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
conhecido como erro aleatório. Os resultados falso-positivos e falso-
negativos também podem ocorrer em função de viés, mas os erros
decorrentes de vieses normalmente não são denominados erros tipo I e
tipo II. Esses erros são mais complicados, por serem de difícil detecção e
por não haver como quantificá-los com métodos estatísticos nem evitá-los
aumentando-se o tamanho de amostra. (Veja Capítulos 1, 3, 4 e 7-12
sobre estratégias para a redução de erros causados por viés.)

Magnitude de efeito


A probabilidade de um estudo detectar uma associação entre a variável
preditora e a de desfecho em uma amostra depende da magnitude real da
associação na população-alvo. Se a associação for forte (p.ex., diferença
de 20m g/dL na glicemia de jejum), ela será facilmente detectada na
amostra. Por outro lado, se a associação for fraca (diferença de 2 mg/dL),
será difícil detectá-la na amostra.
Infelizmente, quase nunca se conhece a magnitude da associação
durante o planejamento da pesquisa, até mesmo porque um dos objetivos
da pesquisa é estimá-la! Assim, o investigador precisa definir a magnitude
da associação que ele deseja detectar na amostra. Esse valor é
denominado magnitude de efeito. Definir adequadamente essa
magnitude é o aspecto mais difícil do planejamento do tamanho de
amostra (4). Deve-se tentar localizar dados de estudos anteriores em áreas
afins para que se possa fazer um “chute informado” sobre a magnitude
plausível do efeito esperado. Outra opção seria escolher uma magnitude
mínima de efeito que poderia ser considerada clinicamente significativa
(p. ex., uma redução de 10 mg/dL no nível de glicemia de jejum).
Sem dúvida, em termos de saúde pública, mesmo uma redução de 2 a 3
mg/dL nos níveis de glicemia de jejum pode ser importante, sobretudo se
for facilmente alcançável. Portanto, a definição da magnitude de efeito é
sempre arbitrária, e as considerações sobre factibilidade do estudo são
fundamentais. Quando o número de sujeitos disponíveis ou acessíveis for
limitado, o mais adequado é trabalhar de trás para frente (Capítulo 6),
determinando a magnitude de efeito que o estudo poderá detectar, dado o
número de sujeitos que poderão ser estudados.
Muitos estudos têm várias magnitudes de efeito, pois medem diversas
variáveis preditoras e de desfecho. Ao delinear um estudo, deve-se
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