Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
investigador deve decidir (e tentar convencer os revisores, editores e
leitores) sobre os resultados significativos, os não significativos ou ambos
os conjuntos de resultados são corretos.

Hipóteses principais e secundárias


Alguns estudos, especialmente grandes ensaios clínicos randomizados,
especificam algumas hipóteses como “secundárias”. Isso geralmente
ocorre quando existe uma hipótese principal para a qual o estudo foi
delineado, mas os investigadores também estão interessados em outras
questões de pesquisa de menor importância. Por exemplo, o desfecho
principal em um ensaio clínico sobre suplementação de zinco pode ser
hospitalizações ou visitas à emergência para tratar infecções das vias
aéreas superiores, e um desfecho secundário poderia ser o autorrelato dos
dias perdidos no trabalho ou na escola. Se o estudo está sendo conduzido
para obter a aprovação de um medicamento, então o desfecho principal é
o que realmente importa para o órgão regulador. Uma hipótese secundária
postulada previamente aumenta a credibilidade dos resultados quando
essa hipótese for testada.
Uma boa regra, especialmente para ensaios clínicos, é estabelecer
antecipadamente tantas hipóteses quanto façam sentido, mas especificar
apenas uma como hipótese principal, que poderá ser testada
estatisticamente, sem preocupação quanto à necessidade de ajustar para
hipóteses múltiplas. E, o que é mais importante, ter uma hipótese
principal ajuda também no direcionamento do enfoque do estudo para seu
objetivo principal e fornece um suporte claro para o cálculo principal do
tamanho de amostra necessário.
Muitos estatísticos e epidemiologistas estão se afastando do teste de
hipóteses, com sua ênfase em valores P, e passando a usar mais os
intervalos de confiança para relatar a precisão dos resultados do estudo (8-
10). De fato, alguns autores acreditam que todo o processo de basear o
planejamento do tamanho da amostra em hipóteses é enganador, em parte
porque depende de valores que são desconhecidos (magnitude do efeito)
ou arbitrários (α e β) (11). Entretanto, a abordagem que descrevemos é
prática e continua sendo a mais utilizada no planejamento da pesquisa
clínica.
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