Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
um inquérito com discagem de dígito aleatório de 6.522 crianças
norte-americanas entre 10 e 14 anos de idade.


  1. Mediram as variáveis preditora e de desfecho. Eles quantificaram o
    hábito de fumar em 532 filmes conhecidos e perguntaram para cada
    sujeito qual, de um subconjunto de 50 filmes escolhidos
    aleatoriamente, ele havia visto. Os sujeitos foram também
    indagados quanto a uma série de covariáveis como idade, raça,
    sexo, hábito tabagista e escolaridade dos pais, busca por sensações
    (p. ex., “gosto de fazer coisas perigosas”) e autoestima (p. ex., “eu
    gostaria de ser outra pessoa”). A variável de desfecho foi se a
    criança já experimentou fumar um cigarro.
    A prevalência de já ter fumado um cigarro variou de 2% no quartil
    inferior de exposição ao tabagismo nos filmes a 22% no quartil
    superior. Após ajustar para idade e outros confundidores, essas
    diferenças se mantiveram estatisticamente significativas; os autores
    estimaram que 38% da iniciação do hábito tabágico era atribuível à
    exposição a filmes nos quais os atores fumavam.


Pontos fortes e pontos fracos dos estudos transversais


Um ponto forte importante dos estudos transversais é que não é necessário
esperar pela ocorrência do desfecho. Isso faz com que esses estudos sejam
rápidos e de baixo custo e evita o problema das perdas no seguimento.
Outra vantagem é que o estudo transversal pode ser incluído como
primeiro passo em um estudo de coorte ou ensaio clínico com pouco ou
nenhum custo adicional. Os resultados definem as características
demográficas e clínicas do grupo de estudo na linha de base e podem às
vezes revelar associações transversais interessantes.
Entretanto, como mencionado, geralmente é difícil estabelecer relações
causais a partir de dados oriundos de um corte transversal no tempo. Os
estudos transversais são também pouco práticos para estudar doenças
raras, a não ser que a amostra tenha sido sorteada de uma população de
pessoas doentes e não da população geral. Uma série de casos desse tipo
funciona melhor para descrever características da doença do que para
analisar diferenças entre esses pacientes e pessoas saudáveis. No entanto,
às vezes é possível, por meio de comparações informais com a
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