Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
conhecimento da ocorrência deste e permite ao investigador medir
variáveis importantes de forma mais completa e acurada do que seria
possível com uma abordagem retrospectiva. Isso pode ser importante,
especialmente em estudos que avaliam certos tipos de preditores difíceis
de serem lembrados corretamente, como hábitos alimentares. Além disso,
quando doenças fatais são estudadas retrospectivamente, as variáveis
preditoras nos indivíduos que morreram só podem ser reconstruídas a
partir de fontes indiretas, como registros médicos ou relatos de amigos e
familiares.
TABELA 7.1 Estatísticas para expressar a frequência de uma doença em estudos observacionais
TIPO DE ESTUDO ESTATÍSTICA DEFINIÇÃO
Transversal Prevalência Número de pessoas com uma doença ou condição em um dado
momento
÷
Número de pessoas em risco
Coorte Taxa de incidência Número de pessoas que desenvolvem uma doença ou condição
÷
Número de pessoas em risco × período de tempo em risco

Todos os estudos de coorte apresentam uma mesma desvantagem,
comum aos demais delineamentos observacionais, quando comparados
aos ensaios clínicos: a inferência causal é difícil e a interpretação é
frequentemente complicada pela influência de variáveis confundidoras
(Capítulo 9). Um ponto especialmente vulnerável do delineamento
prospectivo é que ele é uma forma cara e ineficiente para se estudar
desfechos raros. Mesmo doenças que consideramos relativamente
comuns, como câncer de mama, são, na verdade, tão raras de ano a ano,
que um número muito grande de pessoas precisa ser seguido por longos
períodos de tempo para que sejam observados desfechos em número
suficiente para produzir resultados significativos. Os delineamentos de
coorte são mais eficientes para desfechos dicotômicos comuns e imediatos
e para desfechos contínuos.

Estudos de coorte retrospectiva


O delineamento do estudo de coorte retrospectiva (Figura 7.3) difere do
delineamento prospectivo pelo fato de que a montagem da coorte, as
Free download pdf