Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

desenvolvimento do diabetes, não se pode afirmar que uma mulher que já
tinha diabetes na linha de base está em risco, pois ela já desenvolveu o
desfecho de interesse. Por outro lado, há condições episódicas, como
descompensação de insuficiência cardíaca requerendo internação
hospitalar, nas quais o desfecho de interesse pode ser a incidência de um
novo episódio, mesmo se ele ocorrer em alguém que já o teve
anteriormente.
Considere um estudo que acompanhou 1.000 pessoas ao longo de dois
anos para ver quem desenvolvia câncer de pulmão, no qual ocorreram oito
casos novos a cada ano. O risco, as chances e a taxa são mostrados na
Tabela 7.2.


TABELA 7.2 Cálculos de risco, chances e taxa em um estudo que acompanhou 1.000 pessoas ao
longo de dois anos, tendo ocorrido oito casos novos de câncer de pulmão a cada ano
ESTATÍSTICAFÓRMULA EXEMPLO
Risco N de pessoas que desenvolveram o
desfecho
÷
N de pessoas em risco

16 ÷ 1.000 = 0,016

Chances
(odds)

N de pessoas que desenvolveram o
desfecho
÷
N de pessoas que não desenvolveram o
desfecho

16 ÷ 984 = 0,0163

Taxa* N de pessoas que desenvolveram o
desfecho
÷
Pessoas-tempo em risco

16 casos ÷ 1.992 pessoas-ano = 0,008
casos/pessoas-ano


  • O denominador para a taxa é o número de pessoas em risco no primeiro ano (1.000) somado ao número em risco no segundo ano
    (992).
    Dessas três medidas, o risco é a mais fácil de compreender, pois é a
    mais familiar para a maioria das pessoas – o risco de desenvolver câncer
    de pulmão em dois anos foi de 16 em 1.000. As chances são a medida
    mais difícil de compreender intuitivamente – as chances de desenvolver
    câncer de pulmão foram de 16 em 984; felizmente, para desfechos raros
    (como nesse caso), as chances são quantitativamente semelhantes ao risco
    e não apresentam vantagem sobre ele. Em estudos que comparam dois
    grupos, quando o desfecho é raro, a razão de chances é também

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