Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
controle (Capítulo 9). De qualquer forma, é melhor ter resultados
inconsistentes e concluir que não se sabe a resposta do que ter apenas
um grupo-controle e chegar à conclusão errada.


  • Pareamento. O pareamento é um método simples de garantir que casos
    e controles sejam comparáveis em relação a fatores importantes que
    estão relacionados à doença, mas que, neste estudo, não sejam de
    interesse para o investigador. Por exemplo, há tantos fatores de risco e
    doenças relacionados à idade e ao sexo que os resultados de um estudo
    podem não ser convincentes, a não ser que casos e controles sejam
    comparáveis quanto a essas duas variáveis. Uma forma de evitar esse
    problema é escolher controles que formem par com os casos em relação
    a essas variáveis preditoras constitucionais. O pareamento tem, no
    entanto, desvantagens importantes, especialmente quando preditores
    que podem mudar, como renda ou nível de colesterol sérico, são
    pareados. Os motivos para isso e as alternativas que muitas vezes são
    preferíveis ao pareamento serão discutidos no Capítulo 9.


Viés de medição diferencial e como controlá-lo


A segunda limitação importante dos estudos de caso-controle é o risco de
viés devido ao erro de aferição. Ele é causado pela estratégia
retrospectiva de medição das variáveis preditoras: tanto os casos quanto
os controles devem recordar de exposições que ocorreram anos antes.
Infelizmente, a memória das pessoas para exposições que ocorreram no
passado está longe de ser perfeita. Se ela é igualmente imperfeita nos
casos e nos controles, o problema é chamado de erro de classificação
não diferencial da exposição, que torna mais difícil encontrar
associações. (Em termos epidemiológicos, a razão de chances é
modificada para tender a 1.) Mais preocupante, no entanto, é quando ser
diagnosticado com uma doença leva os casos a lembrar ou relatar suas
exposições de forma diferente em relação aos controles; esse erro de
classificação diferencial da exposição, denominado viés recordatório,
tem efeitos imprevisíveis sobre as associações medidas no estudo.
Por exemplo, a ampla publicidade sobre a relação entre exposição solar
e melanoma maligno pode fazer com que os casos diagnosticados com
esse tipo de câncer lembrem de sua exposição solar de forma diferente
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