Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

APÊNDICE 8B


Por que a razão de chances pode ser usada como


estimativa para o risco relativo em um estudo de


caso-controle


Os dados em um estudo de caso-controle representam duas amostras: os
casos são selecionados a partir de uma população de pessoas que têm a
doença e os controles de uma população de pessoas que não a têm. Mede-
se, então, a variável preditora (fator de risco), produzindo a tabela 2 × 2
apresentada a seguir:
Casos Controles
Fator de risco presente a b
Fator de risco ausente c d

Se essa tabela 2 × 2 representasse os dados de um estudo de coorte,
então a incidência da doença naqueles com o fator de risco seria a/(a + b)
e o risco relativo seria simplesmente [a/(a + b)] / [c/(c + d)]. No entanto,
no estudo de caso-controle, não é correto computar a incidência ou o risco
relativo dessa forma, pois as duas amostras não foram sorteadas da
população nas mesmas proporções. Em geral, os números de casos e
controles nas amostras são grosseiramente iguais; porém, na população,
há muito menos casos que controles. Em situações como essa, o risco
relativo pode ser estimado por meio da RC, isto é, o produto cruzado da
tabela 2 × 2, ad/cb.
É difícil compreender isso intuitivamente, porém, é relativamente fácil
demonstrar esse fato algebricamente. Considere a situação para a
população total, representada por a', b', c' e d'.
Com doença Sem doença
Fator de risco presente a' b'
Fator de risco ausente c' d'

Aqui é correto calcular o risco de desenvolver a doença para indivíduos
com o fator de risco usando a fórmula a'/(a' + b'); o risco de desenvolver a
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