Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
entrevistador para examinar cegamente um subconjunto dos casos e
controles para determinar se suas respostas concordam com as do
questionário. De forma semelhante, se o pesquisador estiver preocupado
com a possibilidade de que, em vez de causar o infarto do miocárdio, o
café aumente a sobrevivência em pacientes que infartaram (o que
poderia as pessoas que tomam café sejam hiper-representadas em uma
amostra de pessoas que sobreviveram ao infarto), ele poderia identificar
pacientes que infartaram e que morreram e entrevistar seus cônjuges
sobre o consumo de café do parceiro.


  • Fase de análise. Após os dados já terem sido coletados, o objetivo
    muda de minimizar vieses para analisar o quanto eles poderão afetar os
    resultados. O primeiro passo é analisar os dados que foram coletados
    com esse objetivo. Por exemplo, se um investigador antecipa potencial
    dificuldade de se lembrar se a pessoa tomou ou não café, ele poderia
    incluir questões sobre a certeza que os casos e os controles têm sobre
    suas respostas. A associação entre consumo de café e infarto poderia
    então ser examinada após estratificar de acordo com a certeza sobre o
    consumo de café, para ver se a associação é mais forte naquelas pessoas
    que têm maior certeza sobre sua história de exposição.


O investigador também pode examinar os resultados de outros estudos.
Se as conclusões forem consistentes, é menos provável que a associação
seja resultado de viés. Isso vale especialmente quando os outros estudos
usaram delineamentos diferentes e, portanto, provavelmente não
compartilharam das mesmas fontes de viés. Entretanto, em muitas
situações, os potenciais vieses acabam não sendo um problema
significativo. A decisão de como empreender a busca por informações
adicionais e como discutir essas questões na redação dos achados do
estudo depende do julgamento do investigador. Nesses casos, vale a pena
buscar o aconselhamento de colaboradores.

■ ASSOCIAÇÕES REAIS ALÉM DAS DE CAUSA-EFEITO


Além do acaso e do viés, devem-se considerar os dois tipos de
associações que são reais, mas não representam causa-efeito (Tabela 9.3).
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