TABELA 9.3 Fortalecendo a inferência de que uma associação representa causa e efeito: descartando
outras associações reais
TIPO DE ASSOCIAÇÃO REAL
FASE DE DELINEAMENTO (COMO
PREVENIR A EXPLICAÇÃO RIVAL)
FASE DE ANÁLISE (COMO
AVALIAR A
EXPLICAÇÃO RIVAL)
Efeito-causa (o desfecho é, na
verdade, causa do preditor)
Realizar um estudo longitudinal para
averiguar qual veio primeiro
Obter dados sobre a sequência
histórica
das variáveis
(Solução definitiva: realizar um ensaio
clínico randomizado)
Avaliar a plausibilidade biológica
Comparar a força da associação
imediatamente após a exposição ao
preditor com a força da associação
em algum momento mais tarde
Avaliar os achados de outros estudos
com delineamentos diferentes
Confundimento (outra variável
está associada ao preditor e é
causa do desfecho)
Veja Tabela 9.4 Veja Tabela 9.5
Efeito-causa
Uma possibilidade é a carroça ter sido colocada na frente dos bois – o
desfecho ser causa do preditor. A relação efeito-causa é um problema em
estudos transversais e de caso-controle. Um estilo de vida sedentário
causa obesidade, ou o contrário? A relação efeito-causa também pode ser
um problema em estudos cruzados de casos. Por exemplo, no estudo sobre
o uso de telefones celulares e acidentes automobilísticos descrito no
Capítulo 8 (1), o acidente automobilístico poderia ter levado o motorista a
fazer uma ligação telefônica relatando o acidente, em vez de o acidente ter
sido causado por um motorista desatento. Para abordar essa possibilidade,
os investigadores perguntaram aos motoristas sobre o uso do telefone
celular antes e depois do acidente e verificaram as respostas usando os
registros das ligações telefônicas.
A relação efeito-causa não costuma ser um problema em estudos de
coorte sobre a causalidade de doenças, uma vez que as aferições dos
fatores de risco podem ser feitas em sujeitos que ainda não desenvolveram
a doença em questão. No entanto, mesmo em estudos de coorte, pode
haver uma relação efeito-causa se a doença tiver um longo período de
latência e os sujeitos com doença subclínica não puderem ser
identificados na linha de base. Por exemplo, o diabetes tipo 2 está
associado a um risco aumentado de câncer do pâncreas. Parte dessa
associação pode muito bem ser de efeito-causa, visto que o câncer do