Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
e avaliando a adesão à intervenção e ao controle.


  • Medir as variáveis de desfecho.


Escolha da intervenção


A escolha da intervenção é o primeiro passo crítico no delineamento de
um ensaio clínico. Vários aspectos devem ser levados em conta nesse
processo, incluindo a dosagem, a duração e a frequência da intervenção
que proporcionam o melhor equilíbrio entre eficácia e segurança.
Também é importante considerar a factibilidade do cegamento, o uso de
uma ou mais intervenções, a aceitabilidade para os participantes e a
capacidade de generalização para a forma como o tratamento será usado
na prática clínica. Se houver incerteza sobre decisões importantes, como a
dose que proporciona o melhor equilíbrio entre eficácia e segurança, é
geralmente mais adequado postergar ensaios clínicos de grande porte e
custo elevado até que estudos preliminares tenham sido concluídos para
ajudar a esclarecer essas incertezas.
O equilíbrio entre eficácia e segurança depende da intervenção e da
doença que estão sendo estudadas. A eficácia é mais importante quando
se planejam intervenções para o tratamento de doenças que causam
sintomas graves ou morte. Nesse caso, a melhor alternativa pode ser
escolher a “dose máxima tolerável”, como é o caso do câncer metastático.
A segurança deve ser o principal critério quando se planejam intervenções
para tratar condições sintomáticas que raramente resultam em progressão
da doença ou morte. O tratamento preventivo em pessoas saudáveis
deve passar pelos testes mais rigorosos de segurança: se o tratamento for
eficaz, ele impedirá que algumas pessoas desenvolvam a doença, porém
todos os indivíduos tratados irão correr riscos de efeitos adversos do
tratamento. Nesse caso, a melhor opção geralmente é escolher uma dose
que maximize a eficácia com um risco muito baixo de efeitos adversos. Se
não houver certeza sobre a melhor dose com base em estudos prévios em
animais ou humanos, pode ser necessário realizar ensaios clínicos que
comparem os efeitos de diferentes doses sobre marcadores intermediários
ou desfechos clínicos (veja ensaios clínicos de fase II, Capítulo 11).
Às vezes, o investigador pode decidir comparar várias doses ou níveis
de intensidade com um único grupo-controle. Por exemplo, quando se
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