Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

novo tratamento que tem algumas vantagens sobre um tratamento já
estabelecido (p. ex., posologia mais fácil, tratamento menos invasivo ou
maior segurança) tem eficácia similar. Nesse caso, é mais adequado
realizar um ensaio clínico de equivalência ou de não inferioridade.
Os métodos estatísticos para ensaios clínicos de equivalência e de não
inferioridade são diferentes daqueles para ensaios clínicos que buscam
mostrar que um tratamento é superior a outro. Em um ensaio clínico
planejado para mostrar que um tratamento é superior, a análise-padrão
utiliza testes de significância estatística para aceitar ou rejeitar a hipótese
nula de que não há diferença entre os grupos. No ensaio clínico que busca
mostrar que um novo tratamento é equivalente ao tratamento-padrão, o
objetivo ideal seria poder aceitar a hipótese nula de que não há diferença.
Entretanto, para provar que não há diferença alguma entre tratamentos
(nem mesmo uma diferença pequena), seria necessário um tamanho de
amostra infinito. Assim, a solução prática é planejar o tamanho de
amostra e a análise dos dados com uma abordagem baseada no intervalo
de confiança (IC). Para tanto, determina-se onde se situa o IC para o
efeito do novo tratamento, comparado ao tratamento-padrão, tendo como
referência um delta (“Δ”) pré-especificado, que estabelece uma diferença
inaceitável entre os dois tratamentos (5, 6). A equivalência ou não
inferioridade é estabelecida, para um nível de confiança especificado pelo
IC, quando o IC em torno da diferença na eficácia entre os tratamentos
não incluir o Δ (Figura 11.2). Em ensaios clínicos de equivalência, essa é
uma questão bicaudal, uma vez que eles buscam mostrar que um novo
tratamento não é pior nem melhor que o tratamento-padrão. No entanto,
não é comum os investigadores quererem mostrar que um tratamento não
é nem melhor nem pior que um tratamento estabelecido. O mais comum é
querer mostrar que um novo tratamento que apresenta algumas vantagens
não é inferior ao tratamento convencional. A natureza unicaudal do
delineamento de não inferioridade também tem a vantagem de permitir
que o investigador opte por um tamanho de amostra menor ou por um alfa
menor; essa última opção geralmente é a preferida (p. ex., 0,025 ao invés
de 0,05), para ser conservador.

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