Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

aqueles indivíduos com dificuldade de comparecer às consultas. Por outro
lado, os participantes podem se desinteressar pelo estudo se ele não
propiciar satisfações sociais ou interpessoais. Consultas mensais podem
ser cansativas, mas as anuais podem gerar desinteresse. As seguintes
estratégias podem ser usadas para maximizar o seguimento, tornando a
experiência positiva e agradável para os participantes: planejar as
aferições e os procedimentos de forma que não causem dor e sejam
interessantes; fazer exames que não estariam disponíveis de outra forma;
fornecer os resultados dos exames (a não ser que sejam exames
especializados que ainda não estão estabelecidos na prática clínica);
enviar boletins, mensagens de texto ou e-mails mostrando consideração;
hospedar portais de mídia social; enviar cartões em datas comemorativas;
oferecer brindes; e manter um bom relacionamento com a equipe do
estudo.
Duas estratégias de delineamento que são específicas aos ensaios
clínicos e podem maximizar a adesão e o seguimento são as consultas de
triagem anteriores à randomização e um período de teste de entrada (run-
in). Exigir uma ou duas consultas de triagem antes da randomização
pode excluir os indivíduos que descobrem que não poderão comparecer às
consultas. O segredo é impor obstáculos para a entrada no estudo em nível
suficiente para excluir os indivíduos que poderão não aderir ao protocolo,
mas ao mesmo tempo cuidando para não excluir aqueles que poderão ter
adesão satisfatória.
O período de run-in (teste de entrada) pode ser útil para aumentar a
proporção de participantes do estudo que aderem à intervenção e aos
procedimentos do seguimento. Durante a linha de base, todos os
participantes são incluídos no grupo-placebo. Após um período de tempo
especificado (normalmente algumas semanas), apenas aqueles que
aderiram à intervenção (p. ex., tomaram pelo menos 80% do placebo) são
randomizados. Essa estratégia de excluir os participantes não aderentes
antes da randomização pode aumentar o poder do estudo e permitir uma
melhor estimativa do espectro total de efeitos da intervenção. Entretanto,
o período de run-in tem algumas desvantagens: ele retarda a entrada dos
participantes no estudo, a proporção que é excluída é geralmente pequena
e os participantes randomizados à medicação ativa podem perceber uma
mudança na medicação após a randomização, o que leva ao

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