Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
de benefício, pode não ser ético prolongar o estudo e continuar não
oferecendo a intervenção aos participantes do grupo-placebo e a outros
indivíduos que poderiam se beneficiar.


  • Interrupção devido à futilidade: Se a probabilidade de responder à
    questão de pesquisa for muito baixa, pode não ser ético fazer os
    participantes permanecerem em um estudo que exige tempo e esforço e
    que pode causar algum desconforto ou risco. Se a duração planejada for
    de cinco anos e após quatro anos houver pouca diferença nos desfechos
    dos grupos com tratamento e sem tratamento, o “poder condicional”
    (probabilidade de rejeitar a hipótese nula no tempo remanescente com
    base nos resultados disponíveis) torna-se muito pequeno, devendo-se
    considerar a possibilidade de suspender o estudo. Algumas vezes os
    ensaios clínicos são interrompidos em um estágio preliminar, porque os
    investigadores não conseguem recrutar ou manter um número suficiente
    de participantes para fornecer um poder estatístico adequado para
    responder à questão de pesquisa, ou porque a adesão à intervenção é
    muito baixa.
    Pode acontecer de a questão de pesquisa ser respondida por outros
    ensaios clínicos antes do término do estudo em questão. É desejável que
    mais de um ensaio clínico forneça evidências para uma questão de
    pesquisa, mas se novas evidências sobre benefício ou dano se tornarem
    disponíveis durante a realização de um estudo, pode não ser ético
    continuá-lo.
    Os ensaios clínicos devem, em geral, apresentar um plano de
    monitoramento interino. Ensaios clínicos financiados pelos National
    Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos,
    NIH) geralmente requerem monitoramento interino, mesmo que a
    intervenção seja considerada segura (como intervenção comportamental
    para perda de peso). É importante determinar, ainda na fase de
    planejamento, como irá ocorrer esse monitoramento. Em ensaios clínicos
    de pequeno porte com intervenções provavelmente seguras, os
    investigadores podem monitorar a segurança ou designar um único
    monitor independente dos dados e da segurança. Em ensaios clínicos de
    grande porte e naqueles em que os efeitos adversos da intervenção são
    desconhecidos ou potencialmente perigosos, o monitoramento interino é

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