Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
possível confundimento, Selby e colaboradores examinaram a
aparente eficácia da sigmoidoscopia na prevenção da mortalidade por
neoplasias do cólon proximal, que estão além do alcance do
sigmoidoscópio. Se os pacientes que fizeram sigmoidoscopia
tivessem menor probabilidade de morrer de câncer de cólon por
outros motivos, a sigmoidoscopia iria protegê-los também dessas
neoplasias. No entanto, a sigmoidoscopia não teve efeito sobre a
mortalidade por câncer de cólon proximal (razão de chances ajustadα
= 0,96, IC de 95%, 0,61 a 1,50), sugerindo que o confundimento não
era a causa da aparente redução na mortalidade por câncer do cólon
distal. Especificar desfechos alternativos (a priori!) que se imagina
não estarem associados ao preditor de interesse (câncer do cólon
proximal, nesse caso), e então mostrar que eles realmente não estão
associados, pode ajudar muito a fortalecer a inferência causal (27).

Análise


A análise de estudos que abordam o efeito da realização do teste sobre o
desfecho deve ser adequada ao delineamento usado – razões de chances
para estudos de caso-controle e razões de riscos ou razões de azares
(hazard ratios) para estudos de coorte ou ensaios clínicos. Uma forma
conveniente de relatar os dados é projetar os resultados do procedimento
usado no teste para uma coorte grande (p. ex., 100 mil) e listar o número
de testes iniciais, testes de seguimento, indivíduos tratados, efeitos
colaterais do tratamento, custos e mortes nos grupos que realizaram e não
realizaram o teste.

■ DIFICULDADES NO DELINEAMENTO OU NA ANÁLISE DE


ESTUDOS SOBRE TESTES DIAGNÓSTICOS

Como nos outros tipos de pesquisa clínica, as concessões que são feitas no
delineamento de estudos sobre testes diagnósticos podem ameaçar a
validade dos resultados, e erros na análise podem comprometer sua
interpretação. A seguir são apresentados alguns dos erros mais comuns e
graves, juntamente com os passos que deveriam ser seguidos para evitá-
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