Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

APÊNDICE 12A


Cálculo de kapa para medir a concordância


interobservador


Considere dois observadores que buscam identificar um ritmo de galope
por B4 na ausculta cardíaca (Tabela 12A.1). A observação é registrada
como presente ou ausente. A medida mais simples de concordância
interobservador é a proporção de observações em que os dois
observadores concordam. Essa proporção pode ser obtida somando-se os
números da diagonal entre o quadrante superior esquerdo e o quadrante
inferior direito e dividindo-se esse resultado pelo total de observações
realizadas. Nesse exemplo, entre 100 pacientes observados, havia 10 em
que ambos os observadores ouviram um galope, e 75 em que nenhum
ouviu, resultando em (10 + 75) / 100 = 85%.
TABELA 12.A.1 Concordância interobservador sobre a presença de um ritmo de galope por B4

OBSERVADOR 1 OUVIU
RITMO DE GALOPE

OBSERVADOR 1 NÃO OUVIU
RITMO DE GALOPE

TOTAL,
OBSERVADOR
2
Observador 2 ouviu ritmo
de galope

10 5 15

Observador 2 não ouviu
ritmo de galope

10 75 85

Total, observador 1 20 80 100

Quando as observações não são distribuídas uniformemente entre as
categorias (p. ex., quando a proporção de “anormais” em um teste
dicotômico é muito diferente de 50%), ou quando há mais de duas
categorias, outra medida de concordância interobservador, denominada
kapa (κ), é às vezes utilizada. Kapa mede o grau de concordância além do
que seria esperado pelo mero acaso, dados os “valores marginais
observados” (i. e., os totais para as linhas e colunas). Os valores de kapa
variam de –1 (discordância completa) a 1 (concordância completa). Um
kapa de 0 indica que o grau de concordância é exatamente igual àquele
esperado pelos totais das linhas e colunas. O κ é estimado da seguinte
forma:
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