Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1
simplesmente a elaboração de uma definição operacional mais específica
são relativamente fáceis. Por exemplo, é possível uma pessoa em
abstinência do álcool há muitos anos ser incluído em um estudo que
exclui pessoas com uso abusivo do álcool? Essa decisão deve ser tomada
junto com os coinvestigadores, e divulgada pelos canais de comunicação
adequados, como memorandos e reformulações no manual de operações,
visando a garantir sua aplicação uniforme em todos os centros durante o
restante do estudo. Muitas vezes, pequenos ajustes dessa natureza não
requerem aprovação pelo CEP, especialmente se não envolverem
mudanças no protocolo já aprovado pelo CEP; em caso de dúvidas, o
investigador principal deve buscar esclarecimentos com algum membro
do CEP. Quaisquer mudanças no protocolo, no formulário de
consentimento informado, no manual de operações ou em outros
documentos do estudo devem ser identificadas atribuindo-se ao
documento revisado um novo número de versão. Além disso, devem ser
tomadas medidas para assegurar que a versão em uso seja sempre a mais
atual.

Revisões substanciais do protocolo após o início da coleta de
dados


Alterações substanciais no protocolo de estudo, como incluir tipos
diferentes de sujeitos ou mudar a intervenção ou o desfecho, podem ser
um problema bastante sério. Embora possa haver bons motivos para
realizar essas mudanças, elas deverão ser efetuadas com a noção de que os
dados deverão ser analisados e relatados separadamente se isso levar a
uma interpretação mais apropriada dos achados. As decisões envolvidas
podem ser ilustradas com dois exemplos do estudo Raloxifene Use for the
Heart (RUTH), um ensaio clínico multicêntrico sobre o efeito do
tratamento com raloxifeno sobre eventos coronarianos em 10.101
mulheres com risco elevado de desenvolver eventos de doença
coronariana. A definição inicial de desfecho primário era a ocorrência de
infarto do miocárdio não fatal ou morte por doença coronariana. No início
do estudo, percebeu-se que a taxa desse desfecho era menor do que a
esperada, provavelmente porque novas cointervenções clínicas, como
trombólise e angioplastia percutânea, diminuíram o risco de infarto. Após
uma avaliação criteriosa, o Comitê Executivo do RUTH decidiu mudar o
Free download pdf