Delineando a pesquisa clínica 4a Ed

(AlbertoBarroso) #1

A falta de comunicação frequente e de respostas imediatas de cada lado é
um sinal de que a colaboração à distância pode estar apresentando
problemas.
As diferenças de idiomas geralmente se sobrepõem às barreiras
causadas pela distância. Quando todos os investigadores envolvidos no
estudo não falam a mesma língua materna, é importante estabelecer um
idioma comum que todos possam falar, que geralmente é o inglês.
Contudo, tornar o inglês a língua comum para todas as interações pode
colocar os investigadores de muitos países em desvantagem.
É improvável que investigadores estrangeiros que não falam o idioma
local tenham mais do que um entendimento superficial da cultura de um
país e, portanto, não podem participar efetivamente em muitos aspectos
importantes do estudo, incluindo a elaboração e a validação de
questionários. Eles também terão dificuldade para conversar com os
sujeitos e assistentes da pesquisa. Conseguir realizar essa comunicação é
de suma importância em estudos que incluem componentes
comportamentais.
Mesmo quando as barreiras linguísticas são superadas, as diferenças
culturais αinda podem gerar mal-entendidos graves entre investigadores e


sujeitos ou até mesmo entre diferentes investigadores. Traduções literais
de questionários podem ter diferentes significados, ser culturalmente
inapropriadas ou omitir fatores locais importantes. Normas institucionais
podem ser diferentes. Por exemplo, em determinados contextos, o chefe
do departamento do colaborador estrangeiro que teve pouco envolvimento
direto no estudo poderia esperar que seu nome figurasse como primeiro
autor na publicação decorrente. Tais questões devem ser discutidas
previamente, e as decisões devem ser documentadas como parte do
processo de desenvolvimento institucional para o projeto. Paciência, boa
vontade e flexibilidade de todos os lados geralmente superam problemas
desse tipo. Para projetos de maior porte, pode ser aconselhável incluir na
equipe um antropólogo, um especialista em ética ou algum outro
profissional com experiência em questões culturais.
A comunicação clara, aberta e frequente, assim como o pronto
esclarecimento de quaisquer dúvidas ou questões são essenciais. Ao lidar
com diferenças culturais e linguísticas, é melhor ser repetitivo e arriscar o

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